O projeto Clube da Turma atende 2.400 jovens e promove atividades sociais, além de discussões sobre sexualidade e violência
Eles são fisgados pelo esporte. Entram para o Clube da Turma M’Boi Mirim na expectativa de experimentar diversas atividades e conhecer novos amigos. Mas por trás dos times de futebol, jovens do Jardim Ângela formam equipes para desenvolver outros trabalhos sociais.
O projeto é uma parceria entre governo do Estado e a entidade Serviço Social Bom Jesus e existe há 14 anos. ‘É um projeto socioeducacional que não visa simplesmente a tirar o jovem da rua, mas proporcionar algo diferente’, explicou o coordenador do programa, Geraldo Salvador de Souza. Para ele, o primordial é devolver para a rua pessoas conscientes.
Hoje, 2.400 jovens da comunidade, entre 7 e 17 anos, participam de 32 atividades esportivas e culturais, além de discussões sobre sexualidade, violência e drogas. A maioria freqüenta o clube todos os dias, na parte da manhã ou da tarde, com direito a duas refeições. No outro período, têm obrigação de ir à escola.
Diego Muniz, 17 anos, é um deles. Há pelo menos 11 anos no clube, ele faz parte do grupo de teatro que se apresenta em hospitais para doentes mentais. ‘O clube mudou minha vida profissional e pessoal’, revelou.
O Clube da Turma ainda oferece cursos de artesanato e aulas de ginástica para os pais. Para participar do projeto, é preciso se cadastrar pessoalmente.
Para o coordenador, o carma negativo do espaço está contornado. Souza contou que antes de ser inaugurado, o clube foi ocupado por 600 jovens da Febem depois de uma rebelião na unidade Imigrantes. ‘Havia resistência dos pais.’ Hoje, três mil crianças aguardam uma vaga para entrar para o Clube da Turma.
