Governo do Estado entrega duas unidades de ensinos Fundamental e Médio em núcleo de apartamentos do bairro San Martin e critica a Prefeitura de Campinas
Patrícia Azevedo, da Agência Anhangüera
O governo do Estado inaugurou ontem duas escolas no Conjunto Residencial “Campinas E”, no bairro San Martin, região Norte da cidade. A construção das escolas, reivindicação dos moradores, ocorreu um ano após a entrega do núcleo de 2.340 apartamentos, o maior conjunto de moradias populares do Interior. Com capacidade para atender até 2,8 mil crianças, as escolas custaram R$ 4,7 milhões.
A Escola Estadual Conjunto Habitacional Campinas E1-A atenderá alunos do Ensino Fundamental e do Ensino Médio; já a Escola Estadual Conjunto Habitacional Campinas E1-B atenderá somente crianças de 1ª a 4ª série do Ensino Fundamental. Quando o conjunto foi inaugurado, Prefeitura e Estado travaram um embate político sobre a responsabilidade pela construção de escola, posto de saúde e creche no local.
Durante a inauguração de ontem, o secretário estadual de Educação, Gabriel Chalita, voltou a criticar a Prefeitura de Campinas e afirmou que o Estado cumpriu uma obrigação que seria municipal. “Aqui vai continuar tendo um problema sério que é creche para Educação Infantil e a gente espera que a Prefeitura construa. Esse é um problema muito sério, o Estado está cumprindo uma obrigação que seria da Prefeitura, que é a escola de 1ª a 4ª série”, afirmou.
A Prefeitura criticou, por meio de sua assessoria de imprensa, a forma como o Estado construiu o conjunto habitacional. A Administração alega que não houve um planejamento conjunto com a cidade para garantir a infra-estrutura do local e que uma lei estadual obriga que o empreendimento seja entregue com todos os serviços públicos.
Moradores do conjunto habitacional comemoraram ontem a conclusão das obras e aproveitaram para reivindicar a construção do posto de saúde e da creche. “Antes dessas escolas eu tinha que pagar ônibus para levar o meu filho para estudar no Jardim São Marcos. Era meia hora de ônibus para chegar até lá, agora isso acabou”, disse a dona de casa Elizabeth dos Santos Prates. O problema da dona de casa Rita de Cássia Torres Melati ainda não foi resolvido. Ela tem um filho de quatro anos e não tem com quem deixá-lo para ir trabalhar. “A gente tá abandonado aqui há um ano, fui falar com o secretário (de Educação) e ele falou que é a Prefeitura que tem que construir a creche”, reclamou.
A Prefeitura informou que uma parceria foi feita com o governo federal para garantir a construção de um centro de saúde no conjunto e que a verba de R$ 270 mil já foi liberada. Para construir a creche, no entanto, a verba ainda deve ser captada.