Escolas estaduais vão abrir nos fins de semana

O Estado de S. Paulo - 27/5/2003

ter, 27/05/2003 - 9h42 | Do Portal do Governo

Jô Pasquatto


O Estado de S. Paulo – 27 de maio de 2003

Programa para aproximar comunidade da rede utilizará 25 mil universitários

A partir de agosto, as 6 mil escolas da rede estadual paulista estarão abertas também aos sábados, domingos e feriados, das 9 às 17 horas, oferecendo atividades culturais e esportivas, ligadas à qualificação para o trabalho e à saúde. Essa nova agenda, que pretende reunir alunos e suas famílias e reduzir os índices de violência entre jovens, é fruto de uma parceria entre a Secretaria da Educação, a Unesco (órgão das Nações Unidas para a Infância e a Juventude) e o Instituto Ayrton Senna. O governo investirá no programa, em um semestre, R$ 60 milhões.

‘A violência cresce exatamente nos fins de semana e feriados. Hoje, temos cerca de 600 escolas sendo abertas e os índices melhoraram bastante. Vamos levar esse programa para todos os 645 municípios de São Paulo’, disse o governador Geraldo Alckmin, após assinatura do protocolo de intenções, na Escola Estadual Tarcísio Álvares Lobo, no Bairro do Limão, zona norte.

‘Escola aberta significa menos pichação, menos agressão, mais afeto, ternura, competência’, disse o secretário da Educação, Gabriel Chalita.

O projeto baseia-se num tripé: o trabalho de universitários, voluntários e coordenadores profissionais. O candidato a universitário-monitor deverá obrigatoriamente ter cursado o ensino médio na rede pública paulista e ter baixa renda. O projeto prevê utilizar 25 mil universitários – de 3 a 8 monitores por escola.

Para uma carga horária de 20 horas por semana – 4 horas durante a semana e 16 horas aos sábados e domingos -, o universitário-monitor receberá uma bolsa de estudos integral. O governo pagará 50% da bolsa, num total de até R$ 267,00 mensais, e o resto ficará a cargo da faculdade ou universidade onde o jovem estuda. A renovação da bolsa será semestral.

Voluntários – Cada uma das 6 mil escolas terá também um educador profissional, contratado pelas Associações de Pais e Mestres (APM) e pago pelo governo. Ao contrário dos educadores e dos universitários, não há limite pré-estabelecido para o voluntariado.

‘Queremos trazer a família, a comunidade para as escolas’, disse Alckmin.

As inscricões para o programa estão abertas e só serão feitas por meio eletrônico – o endereço do site é www.escoladafamilia.sp.gov.br. As faculdades e universidades podem se inscrever de hoje a 11 de junho; os universitários de entidades cadastradas, de 12 a 25 de junho; e os voluntários, de hoje a 25 de junho.

Caberá à Unesco e ao Instituto Ayrton Senna capacitar os monitores e educadores. ‘A cooperação não é só um avanço conceitual, mas também indicador de uma nova consciência de gestão pública, com o Estado atuando na defesa dos direitos e deveres da cidadania’, disse o representante da Unesco no Brasil, Jorge Werthein. ‘A integração escola-família-comunidade é indispensável para a visão solidária da vida.’

Presidente do instituto, Viviane Senna elogiou o programa por oferecer oportunidades e, por extensão, transformar o jovem. ‘Queremos transformar vocês em solução para o nosso país’.