Escolas e policiais apóiam uso de câmeras

A Tribuna - 5/6/2002

qua, 05/06/2002 - 9h35 | Do Portal do Governo

Os diretores dos estabelecimentos e PMs das rondas aplaudem a medida

Diretores de escolas e policiais militares que fazem ronda nas proximidades de colégios estaduais são favoráveis à instalação de câmeras dentro das instituições de ensino que apresentam os maiores índices de violência. Eles acreditam que os olhos eletrônicos vão inibir brigas, atos de vandalismo e o tráfico de drogas no ambiente escolar.

A instalação de câmeras e alarmes em 22 escolas de Santos e São Vicente foi anunciada na última segunda-feira pelo governador Geraldo Alckmin. A medida faz parte do Plano de Segurança Escolar, lançado recentemente em São Paulo e outras cidades do Interior, como Campinas e Ribeirão Preto.

Na Baixada, ainda não foram divulgados os nomes das instituições que receberão os equipamentos. Eles só serão conhecidos depois que for feito um levantamento sobre as escolas que apresentam situação mais crítica.

As ocorrências registradas oficialmente pela PM são poucas e não refletem a realidade do que acontece dentro e fora das escolas. Geralmente, os diretores preferem não levar os fatos adiante para não arranhar a imagem do colégio.

‘Eu não faço isso. Sou a favor de denunciar tudo o que acontece’, garante a diretora Tania Cristina Pereira de Mello, da Escola Estadual Neves Prado Monteiro, na Vila São Jorge.

Desde que assumiu o cargo, em 22 de março deste ano, três Boletins de Ocorrência já foram registrados. ‘Todos foram devido à explosão de bombas no interior da escola’, afirma. ‘Uma delas, colocada no corredor que levas às salas de aula, foi tão forte que quebrou até as lâmpadas’. Ninguém ficou ferido.

Tania entende que as câmeras serviriam para evitar esse tipo de coisa. ‘A escola é grande e não dá para ter funcionários em todos os cantos a todo momento. Com as câmeras, daria para monitorar melhor os atos dos alunos’.

Rita Valéria de Souza, vice-diretora da Escola dos Andradas, no BNH da Aparecida, tem a mesma opinião. ‘Aqui, o maior problema é o vandalismo. Sabendo que está sendo filmado, acho que o aluno pensará duas vezes antes de depredar um bem da escola’.

Concentrar ações

O coronel Marco Antonio Moysés, que comanda a Polícia Militar na Baixada e Vale do Ribeira, é outro que apóia a instalação de câmeras. ‘Elas ajudam a inibir a violência em qualquer lugar, seja no interior de um elevador ou seja no pátio de uma escola’.

O soldado da PM, Robson dos Santos Pontes, que junto com dois policiais faz a ronda em três escolas da Aparecida, diz que as lentes poderão auxiliar a vigilância. ‘Assim, poderíamos concentrar a atuação nas áreas externas, onde costuma haver a presença de traficantes, dependendo da localidade’.

Drogas e rondas

Entre as ocorrências registradas pela PM, há o flagrante de três adolescentes com maconha e cocaína nas proximidades da escola Neves Prado Monteiro; brigas de gangues na Brás Cubas, pela disputa do domínio externo e interno; e a detenção de um jovem saindo com duas bicicletas da Escola dos Andradas.

Atualmente, entre as 29 instituições do Estado, nove escolas contam com ronda escolar, 19 têm policiamento fixo e uma é protegida por viaturas que cuidam do policiamento do bairro em geral.

Da Reportagem