Escolas de SP terão atividade cultural no currículo

O Estado de São Paulo, quinta-feira, 24 de julho de 2008

qui, 24/07/2008 - 13h41 | Do Portal do Governo

Visitar museus, freqüentar peças teatrais, assistir a espetáculos de dança e até participar de sessões de cinema na própria escola são atividades que a partir do segundo semestre passam a fazer parte da grade curricular de mais de um milhão de alunos da rede estadual de ensino. Será lançado nesta quinta-feira, 24,  pela Secretaria Estadual de Educação o programa Cultura é Currículo, que enviará materiais de apoio a professores para que possam alinhar atividades culturais ao conteúdo da aula.

Com investimento de R$ 4,4 milhões, o programa, na fase inicial, será subdividido em três projetos. Um deles é o Lugares de aprender: escola sai da escola, que vai oferecer 26 opções de passeios para alunos de colégios estaduais da capital; em 2009 será expandido para todas as escolas do Estado. Os professores vão receber o material de apoio e um vídeo explicativo sobre o local a ser visitado. “Já existiam iniciativas de visitas a museus, mas eram isoladas. Agora resolvemos ampliar o número de instituições e articular melhor o currículo com essas visitas” , explica Claudia Arantagy, diretora de projetos especiais da Fundação pelo Desenvolvimento da Educação – órgão ligado a Secretaria de Educação.

Outro novo projeto é o Cinema vai à escola, que vai enviar para 3,5 mil colégios estaduais de ensino médio uma caixa com 20 DVDs para que os professores organizem sessões de filmes para os alunos. Os títulos foram escolhidos com base em uma pesquisa por amostragem feita pela FDE com alunos e professores da rede.

Além do cinema, teatro e dança também serão prioridades. O projeto Escola em Cena vai ampliar o acesso dos alunos aos espetáculos de dança e teatro, por meio de parceria firmada com a Secretaria Estadual de Cultura. A partir do segundo semestre, alunos das escolas do interior terão acesso a 22 espetáculos diferentes. No ano que vem o programa será expandido para toda a rede estadual de ensino.

Angela Soligo, professora da Faculdade de Pedagogia da Unicamp, vê como positiva a introdução da cultura no currículo da rede estadual. “ Visitar os museus, ter contato com as artes visuais, são importantes ferramentas de reflexão. É importante tudo isso estar alinhado ao currículo escolar”. A professora também destaca que grande parte da população não tem acesso ás atividades culturais. “Cinema, até para muitos professores, é uma atividade cara.”

Segundo o coordenador do Núcleo de Comunicação e Educação da USP, Ismar Soares, é importante que os alunos deixem de ter apenas o livro didático como referência. “As normas para as reformas do ensino médio apontam a necessidade de se ter 25% do currículo voltado a comunicação e cultura.” De acordo com Ismar, o Estado avança ao priorizar a cultura no currículo, mas pode ir além. “O avanço será quando o Estado decidir criar condições para os alunos produzirem cultura e utilizar metodologias que façam eles serem autores da produção midiática.”

O Estado de São Paulo

(C.C.)