Escola vira celeiro de talentos

Jornal da Tarde, quarta-feira, 5 de setembro

qua, 05/09/2007 - 17h19 | Do Portal do Governo

Jornal da Tarde

Os bancos já podem ficar de olho na Escola Estadual Zuleika de Barros, na Pompéia, Zona Oeste. Ela pode se tornar um celeiro de jovens talentos. A dica é da professora Tânia de Souza Pereira Ferragina, que tem trabalhado com mais de 200 alunos de ensino médio os conceitos da matemática financeira. Segundo ela, muitos desses estudantes estão 100% preparados para ocupar as vagas de primeiro emprego oferecidas no setor bancário.

Tânia começou abordar a matemática financeira em sala de aula há mais de dez anos. “Aproveitamos as ofertas divulgadas pelas lojas nos jornais e, a partir dos preços a prazo, os alunos fazem os cálculos dos juros, avaliam qual a melhor forma de pagamento e apontam onde o consumidor encontrará menores taxas.”

A professora também incentiva a realização de pesquisas nos supermercados. “Os alunos analisam o mesmo produto fabricado por diferentes marcas. Fazem o cálculo de qual marca oferece maior quantidade por embalagem e avaliam os preços ofertados.”

Tânia afirma que a abordagem tem dado certo. “A aula motiva os alunos para o aprendizado e os prepara para o mercado de trabalho. Como os bancos oferecem oportunidades de primeiro emprego aos jovens de ensino médio, ao aprenderem a matemática financeira, os estudantes ficam preparados para ocupar essas vagas.”

Daiana Cristina de Araújo, que cursa o 3º ano do ensino médio na EE Zuleika de Barros, descreve as aulas de Tânia como “maravilhosas”. “No começo, achei a matemática financeira difícil, mas a professora explicou com jeitinho e peguei gosto.” A adolescente conta que quer trabalhar no setor bancário. “Gosto de matemática e adoraria trabalhar em banco”, diz Daiana, que pretende prestar vestibular para o curso de engenharia da computação.

Competição

Não foi à toa que a EE Zuleika de Barros foi uma das dez escolas públicas da Capital escolhidas para participar do Torneio Bancos em Ação, realizado pela ONG Junior Achievement em parceria com Citibank. Tânia explica que uma vez por semana representantes do banco vão até a escola e passam conteúdos de educação financeira aos alunos no período de contraturno escolar. “Eles nos orientaram sobre taxas, transações etc.”

A capacitação oferecida pelo projeto tem o objetivo de orientar os jovens para o gerenciamento de um banco. “Os alunos com melhor desempenho foram selecionados para participar da etapa regional do campeonato”, diz Tânia. Anthony Ingham, diretor de assuntos corporativos do Citibank, afirma que o torneio é uma forma de encontrar talentos. “Tivemos o caso de um jovem que participou do projeto e logo depois começou a trabalhar em uma de nossas unidades.”

DICAS PARA SALA DE AULA

Segue aqui um exemplo orientativo de como se comporta o cheque especial e a poupança a diversas taxas de juros. A situação inicial parte de 11% para o cheque especial e 5% para a poupança:

O cheque especial é uma forma de empréstimo, já a poupança é uma forma de captação, ambos de curto prazo. É importante equilibrar o valor captado da poupança com o valor emprestado pelo cheque especial. Logo, se você aumentar a taxa de poupança, seu banco deve captar mais dinheiro. Para emprestar mais dinheiro, no entanto, você terá de diminuir a taxa de juros do cheque especial. Em geral, sempre que você aumenta uma dessas taxas, a outra deve diminuir para manter o equilíbrio. Simule o comportamento de taxas e valores com base na tabela ao lado.