Escola supera evasão em menos de 3 anos

Jornal da Tarde - Sábado, dia 15 de julho de 2006

sáb, 15/07/2006 - 11h21 | Do Portal do Governo

MARIA REHDER, maria.rehder@grupoestado.com.br

Se a Escola Estadual Vereador Durval Evaristo dos Santos, de Itaquaquecetuba, pudesse atender a demanda de todos os que aguardam ansiosamente na fila de espera por uma de suas vaga teria de abrir mais 4 turmas. Entretanto, essa nem parece ser a mesma escola que há 3 anos estava prestes a fechar 2 turmas do período noturno por causa da falta de alunos.

Essa foi a realidade que a educadora Nadir Godoi, atual diretora, encontrou ao assumir o cargo. “A Durval era totalmente fechada à comunidade. Como muitos alunos tinham parado de estudar, a escola estava a ponto de perder o seu coordenador noturno por causa do número reduzido de turmas neste período”, conta.

Para reverter o cenário crítico,Nadir e sua equipe decidiram atrair os familiares dos alunos para o espaço escolar. “Vimos que para ter um melhor diagnóstico de nossos estudantes era preciso fazer com que as famílias passassem a ver a escola não só como um local de aprendizagem, mas de também de lazer”, diz.

De acordo com a diretora, a única maneira de abrir as portas da escola era torná-la mais atrativa. “Busquei apoio do terceiro setor, pois vi que a sociedade poderia nos ajudar a deixar a escola bonita e, por meio de cursos, oferecer mais serviços.”

A escola logo teve resposta positiva de ONGs e voluntários da comunidade. “No entanto, a surpresa foi enfrentar a resistência dentro da própria escola. Alguns se revoltaram por medo de expor a prática pedagógica à comunidade.”

Segundo a vice-diretora, Valquíria Gonçalves da Silva, a comunidade do entorno rapidamente passou a participar das oficinas. “Aqueles funcionários acomodados tiveram de se envolver, pois não só os vizinhos, mas toda a comunidade se apropriou do espaço que foi lhe dado.”

Atualmente, a EE Vereador Durval Evaristo conta com mais de 1,7 mil alunos de Ensino Fundamental e Médio. ” Por causa da divulgação, pessoas de bairros distantes passaram a buscar vagas na nossa escola, pois sabiam que ali teriam algo mais do que aulas.”

Um exemplo é a aluna Rosiane Lima de Souza, 22 anos, portadora de deficiência mental, que hoje cursa o 2º colegial. “Fiquei sabendo de um projeto de capacitação de portadores de deficiência para o mercado de trabalho e decidi me matricular. Ao visitar a Durval, gostei e decidi estudar aqui também”, lembra.

O projeto citado pela aluna é fruto de uma parceria firmada entre a escola, ONGs e empresas com o objetivo de capacitar os portadores de deficiência para o mercado de trabalho. “Capacitamos mais de 480 pessoas , 120 já estão empregadas”, comemora Nadir .

Na escola há também uma sala que foi transformada para atender crianças com distúrbios de aprendizagem. “Temos uma psicopedagoga voluntária e por meio da doação criamos este espaço para tratar das crianças, pois sabemos que estas serão nossas alunas na 5ª série”, diz.

Nadir faz questão de destacar que o objetivo inicial desta abertura também foi atingido. “Ao freqüentar a escola, os familiares dos alunos passaram a participar do processo pedagógico. Hoje o nosso índice de evasão é quase nulo e quando os alunos apresentam algum tipo de problema rapidamente conseguimos solucioná-lo.”