Folha de S.Paulo
O Estado de São Paulo acaba de ganhar a primeira Escola de Saúde da Família. O projeto, que prevê investimentos de R$ 3,1 milhões, será realizado por meio de uma parceria entre a Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e a Secretaria de Estado da Saúde. O convênio será assinado hoje.
A escola vai capacitar e formar profissionais de saúde para atuar nos programas municipais de Saúde da Família. As aulas começam em agosto, em local provisório. Em dois anos, a idéia é que a escola já esteja funcionando em prédio próprio, em uma área de 750 m2.
Segundo Luiz Roberto Barradas Barata, secretário de Estado da Saúde, um dos problemas hoje é a falta de capacitação dos profissionais que atuam nesses programas.
Inicialmente serão treinadas equipes da região de Campinas (SP). Quando o novo prédio estiver pronto, a proposta é que o curso seja estendido a todos os municípios paulistas que adotam o programa, de acordo com Barradas. Além de médicos, serão treinados enfermeiros e odontólogos.
O diretor da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, José Antonio Contijo, explica que o objetivo é formar mais rapidamente os profissionais de saúde da família porque estão escassos no mercado.
“Não dá para depender só da residência médica. Hoje, nós [na Unicamp] formamos de quatro a cinco residentes em saúde da família por ano. É muito pouco.”
A escola deverá capacitar de 450 a 500 pessoas por ano.
Para Maria Inez Anderson, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina da Família, muitos municípios no Brasil banalizam a atenção primária à saúde. “Confundem com atenção “primitiva” de saúde, onde só acontecem “problemas simples’; logo, não se necessitaria de especialização nessa área.”
