Era um pântano. Vai virar bairro

Jornal da Tarde - Terça-feira, 29 de março de 2005

ter, 29/03/2005 - 9h42 | Do Portal do Governo

No próximo dia 10 começa a primeira etapa de obras de urbanização na União de Vila Nova, em São Miguel Paulista, Zona Leste – área que começou a ser ocupada há 20 anos, época em que o local era um ‘grande brejo’. Os 40 mil moradores comemoram

Gilberto Amendola

A previsão da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) é que no dia 10 de abril tenha início a primeira etapa das obras de urbanização da União de Vila Nova, em São Miguel Paulista, na Zona Leste da Capital. Mais de 40 mil pessoas serão afetadas por essa intervenção.

Há 20 anos, 300 famílias ocuparam as margens dos Córregos Jacuí e Cruzeiro do Sul (antigo leito do Rio Tietê). Os invasores contam que a região era um grande brejo – onde se via ‘mais sapo do que gente’ e ‘nenhuma construção conseguia parar em pé’. O local sofria (e ainda sofre) constantes inundações. Toda a água consumida nas imediações vinha de uma única bica e a energia elétrica era roubada diretamente da linha férrea (Calmon Vianna/Brás).

Mesmo com tantas adversidades, a ocupação foi ganhando proporções gigantescas. Hoje, mais de 8 mil famílias vivem numa área de 610 mil m². Extra-oficialmente, foram criadas cerca de 70 ruas (vielas, becos etc). Aos poucos, a comunidade foi se fortalecendo, estima-se até que 15 associações de moradores já existam por lá.

Em 2001, os moradores da União de Vila Nova conseguiram a construção de escolas, creches e postos de saúde. Mas foi no ano passado que aconteceram os primeiros passos em direção à urbanização e criação do novo bairro.

Cerca de 2 mil famílias foram removidas para o conjunto habitacional ‘Vila Jacuí A’ e outros prédios do entorno. Além disso, os Córregos Cruzeiro do Sul e Jacuí começaram a ser canalizados. Outro conjunto, o ‘Vila Jacuí B1’, também está sendo construído e deve abrigar mais 192 famílias.

Primeiras obras devem terminar em 12 meses

A fase mais complexa do projeto começa agora. A partir do próximo dia 10, a União de Vila Nova irá passar por obras de urbanismo e terraplenagem, pavimentação de ruas, drenagem de águas pluviais e paisagismo. As redes de água e esgoto também serão totalmente reformuladas. Todas essas intervenções devem terminar em 12 meses. O projeto deve custar R$ 163 milhões ao governo do Estado.

‘Faz parte do projeto a criação de uma passarela sobre a linha da CPTM que passa perto do local. Queremos facilitar o acesso à União de Vila Nova e integrar a comunidade ao resto da Cidade’, disse a superintendente de Gestão de Favelas e Áreas de Risco, Marilisa Targa Fernandes.

A superintende também afirmou que a regularização do bairro será uma conseqüência natural. ‘Assim que tenhamos os lotes definidos e aprovados, o bairro deve ser oficializado.’ Para a implementação do projeto, a CDHU realizou mais de 150 reuniões com representantes da comunidade. A intenção foi a de conscientizá-los sobre a importância da urbanização da região e evitar novas invasões.

Entre os moradores, o sentimento é o de vitória. O que se diz em União de Vila Nova é que agora ninguém vai precisar ter mais vergonha de morar por lá.