O Estado de S.Paulo
O economista-chefe do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Carlos Cavalcanti, disse ontem que a previsão de crescimento para o emprego neste ano poderá ficar acima do 1,8% projetado inicialmente pela entidade.
‘Acho que os números podem ser superiores aos 2%, já que não existe horizonte de retração da economia no segundo semestre’, destacou ele, apesar de o nível de emprego ter crescido 0,54% em maio, resultado inferior aos 2,25% de abril.
‘O desempenho de maio traduz o fato de haver uma acumulação no emprego em abril, o melhor dos últimos anos’, afirmou, ponderando que, em relação aos cinco primeiros meses do ano, foi o mais alto da série histórica, superando até o ano de 2004.
Além disso, ele explicou que a partir de maio começa a ocorrer uma retração nas contrações da indústria paulista, índice que deve fechar o ano no negativo. Porém, Cavalcanti sublinha que a perspectiva é de que em 2007 esse resultado seja menor que em outros anos.
Segundo a pesquisa, o emprego no interior continua puxando os índices positivos da indústria de transformação. Em maio ante abril, o interior paulista mostrou alta de 0,91% e a grande São Paulo, de 0,02%. No acumulado do ano, o interior avançou 7,24% e a grande São Paulo recuou 0,13%.
Dos 21 setores consultados pelo Ciesp, 14 mostraram alta. O destaque foi o setor de alimentos (alta de 1,82% no mês), que criou 5.886 vagas, e de material de transporte (alta de 1,41%), com 3.296 novos empregos.
Sete setores tiveram desempenho negativo, liderados por confecção de artigos de vestuário (queda de 0,7%), com a perda de 975 postos, e edição, impressão e reprodução (recuo de 0,92%), com a eliminação de 716 vagas.
O economista do Ciesp salienta que o crescimento do emprego está sendo puxado pelo setor de açúcar e álcool. Ele destacou que os segmentos que mais perderam vagas no mês – incluindo couro e artigos de viagem, que apresentou queda de 2,42% no nível de emprego – estão incluídos no pacote do governo para auxiliar os exportadores, o que poderia melhorar o ambiente dos negócios nos próximos meses.
No acumulado do ano, os setores de destilação de álcool e refino de petróleo (37,7), produtos alimentares (17,64), máquinas e equipamentos (7,36%), calçados (4,89%), material de transporte (4,07%), material elétrico, eletrônico e de comunicações (3,58%), produtos têxteis (2,72%) e metalúrgico (2,71%) apresentam alta na geração de postos de trabalho.
NÚMEROS
1,8%
foi o índice de aumento do emprego projetado anteriormente pelo Ciesp para este ano no Estado de São Paulo
2,25%
foi o índice de crescimento da ocupação em abril
7,24%
foi a taxa de crescimento da ocupação apurada em maio no interior de São Paulo