Em seu 1º GP, estação e trem são elogiados

Folha de S.Paulo - Segunda-feira, 22 de outubro de 2007

seg, 22/10/2007 - 13h42 | Do Portal do Governo

Folha de S.Paulo

Setenta e seis minutos. Esse foi o tempo de uma viagem de trem da Barra Funda, zona oeste, até a recém-inaugurada estação Autódromo, em Interlagos, na zona sul de São Paulo, o palco do GP Brasil. Foi a primeira vez que o torcedor usufruiu do serviço.

Uma viagem tranqüila de ida, com espaço sobrando nos vagões, por R$ 2,30. Já no desembarque em Interlagos, funcionários do sistema alertavam os torcedores para a compra do bilhete de volta, pois, diferentemente da ida, ao término da corrida a concentração de usuários permitia a hipótese de filas.

“Deixei meu carro na Barra Funda, porque lá o estacionamento era fácil”, disse o empresário Marcos Poli, 55.

Residente em Jundiaí (50 km de São Paulo), ele estava indo para ver a F-1 pela primeira vez. Motivação semelhante pela opção do trem teve Éliner Ferreira, 24, que esteve em todos os GPs no autódromo paulistano.

“Vir de carro fica caro demais e se perde mais tempo”, disse Ferreira, pesquisador e estudante de pós-graduação de tecnologia nuclear da USP. Para ele, a “caixinha” para estacionar perto do circuito “é alta”.

Ele usou o trem no anteontem e ontem. Aprovou. Como fã e expert da F-1, gostou das fotos expostas no Salão Ayrton Senna, diante das bilheterias da estação Autódromo. “Boas fotos, mas deveriam caprichar mais nas legendas, que têm erros.” Ali, torcedores posam para fotos.

Na medida em que o trem rodava, aumentava a presença de torcedores, colorindo os vagões de “vermelho Ferrari”. Dois deles – advogados de Teixeira de Freitas, localidade perto de Porto Seguro (BA)- embarcaram na Barra Funda: Kléber Matos de Brito, 29, e Paulo Américo Barreto da Fonseca, 41. Por R$ 1.000 compraram pacote com direito a hotel e bilhete no setor G, o mais barato.

“É muito bom, com orientação, sinalização e policiamento”, apontou Brito. Rosangela Carniel, 42, também pela primeira vez no GP, fez questão de elogiar “a higiene” do trem e da estação.

A aventura do GP contagiou os fãs, que falavam sobre GPs passados. O automobilismo dominava a atenção. Tanto que ninguém criticou o mau cheiro do rio Pinheiros. Algo que nem a música clássica ambiente nos vagões disfarçava.