Em dois anos, 1.429 policiais demitidos

Jornal da Tarde - 19/6/2002

qua, 19/06/2002 - 10h46 | Do Portal do Governo

Demissões, que correspondem a 12% do efetivo das polícias Civil e Militar, endossam iniciativa do governo de priorizar a lei para acelerar punição

O governo estadual demitiu 1.429 maus policiais civis e militares nos dois últimos anos e meio. A maioria por práticas de crimes de concussão (extorsão praticada por funcionário público), corrupção, tortura, tráfico de drogas, prevaricação e crimes contra o patrimônio – furtos e roubos.

A Polícia Civil foi a mais severa nos primeiros cinco meses deste ano. Ela demitiu 89 policiais contra 82 decisões (expulsão e demissão) da Polícia Militar, que possui quase o triplo do efetivo.

A categoria que sofreu mais baixas foi a de carcereiros (33), seguida pela dos investigadores (27). A maioria dos carcereiros respondeu a processo administrativo por facilitação de fuga e favorecimento de entrada de drogas e armas nas cadeias e distritos.

O alto número de demissões, quase 12% do efetivo das duas corporações (116 mil), endossa a iniciativa do governador Geraldo Alckmin e do secretário da Segurança Pública, Saulo Abreu de Castro Filho, em priorizar uma lei complementar à Lei Orgânica das polícias, apelidada de ‘via rápida’, para acelerar a punição e expulsão de policiais corruptos.

Um dos casos que agilizou a criação dessa lei foi o escândalo da Cracolândia, em que cinco investigadores do Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc) foram acusados de tortura, corrupção e envolvimento com o tráfico de drogas. Todos foram presos preventivamente, mas três deles – Hélio Carlo Barba, Guilherme Barbosa Palazo, Alessandro Ramos da Silva, o Japonês, conseguiram o relaxamento da prisão e já estão de volta ao trabalho.

O processo de demissão que antigamente demorava até cinco anos para ser concluído, a partir de agora, com a alteração da Lei Orgânica das polícias Civil e Militar, terá resultado em 90 dias ou em, no máximo, seis meses.

Essa lei, que já funciona na PM desde o último mês de março, foi aprovada pela Assembléia Legislativa na semana passada e aguarda promulgação do governador para ser executada na Polícia Civil.

Rita Magalhães