O plano de reestruturação da corporação, aprovado anteontem pela Assembléia, prevê a criação de mais batalhões e uma nova distribuição do efetivo pelas cidades. No Interior, alguns municípios perderão vagas
MARCELO GODOY
O plano é começar o próximo ano já com dez novos batalhões instalados no Estado. Esse é um dos principais efeitos da aprovação na Assembléia Legislativa, anteontem, do plano de reestruturação da Polícia Militar de São Paulo. Um acordo entre as lideranças da Casa permitiu que o projeto, enviado em junho, fosse transformado em lei.
Além da criação das novas unidades, a corporação passará a distribuir seu efetivo nas cidades do Estado de acordo com 13 critérios, que vão desde os índices de criminalidade à existência de manifestações sociais constantes.
Algumas cidades do Interior, principalmente Campinas, perderão vagas, que estavam ociosas. Elas foram transferidas para lugares em que havia necessidade de reforço de policiamento, como Sumaré, Itu, Jundiaí, São Bernardo do Campo, Santo André, Osasco e São Paulo. ‘Foi preciso paciência, explicação técnica e transparência para vencer a resistência dos prefeitos’, disse o secretário da Segurança Pública, Saulo Abreu.
Segundo ele, as vagas ociosas naquelas cidades nunca seriam preenchidas – de 8% a 10% das 94 mil vagas da corporação não estão ocupadas. Elas eram resultado de um planejamento que se mostrou errado.
‘Quem perdeu vagas não gosta, pois as pessoas ainda acham que só a polícia vai resolver o problema da segurança’, afirma Saulo. A resistência dos prefeitos foi contornada e não se refletiu na assembléia. Ali o projeto só recebeu o apoio da oposição em novembro, após reunião entre o comando da PM e um grupo de deputados do PT e do PC do B.
A cidade de São Paulo terá três novos batalhões, dois na Zona Leste (Itaquera e São Mateus) e um na Zona Sul (Jardim Ângela). A Grande São Paulo terá novos batalhões em três cidades, além de ganhar o 4º Batalhão de Polícia Rodoviária, responsável pelo patrulhamento das estradas que saem de São Paulo em direção ao Interior do Estado.
Além dos batalhões, serão criados dois novos comandos de policiamento de áreas no Estado (Presidente Prudente e na Zona Leste de São Paulo) e seis novas companhias da corporação, a maioria na região metropolitana de São Paulo.
Acompanhando a reestruturação dos efetivos, a Polícia Militar também desenvolveu projetos de emprego da tropa que são obrigatórios em todas as unidades. O primeiro é a Ronda Escolar, onde há 7 mil homens e 1.144 carros.
Há ainda o policiamento integrado, com 430 postos fixos de policiamento no Estado; o policiamento comunitário, com 270 bases abertas 24 horas por dia; o serviço de rádio patrulha e as forças táticas. Foram dois anos de trabalho feito pela 3ª Seção do Estado-Maior da PM.
No próximo dia 15, serão promovidos os dois coronéis que comandarão os novos CPAs e os dez tenentes-coronéis que chefiarão os batalhões recém-criados.
