Em 12 anos, mortalidade infantil cai 50% em SP

O Estado de S. Paulo - 17/6/2003

ter, 17/06/2003 - 10h19 | Do Portal do Governo

Mauro Mug


O Estado de S. Paulo – 17 de junho de 2003

Em 1990, ocorreram 32,43 mortes por grupo de mil crianças; em 2002, 15, segundo pesquisa

Nos últimos 12 anos, a taxa de mortalidade infantil no Estado de São Paulo caiu mais de 50%. Em 1990, a taxa era de 32,43 mortes por mil nascidos vivos de até 1 ano. Em 2002, aconteceram 15 mortes de bebês a cada mil. Esse é o principal resultado da Pesquisa de Estatísticas Vitais da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) realizada em todos os cartórios de Registro Civil do Estado.

O secretário estadual da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata, comemorou os dados divulgados pelo Seade. ‘O governo estadual, em parceria com as prefeituras, tem contribuído de forma contundente para manter a tendência de queda contínua da taxa de mortalidade, facilitando o acesso de mulheres aos serviços de gestação, parto e cuidado com recém-nascidos.’ Barata entende que a queda se deve também à ‘construção de 15 novos hospitais pelo governo nos últimos oito anos, que representam mais de 500 leitos para a saúde da mulher’.

As doenças infecciosas e parasitárias, que foram consideradas as principais causas de morte das crianças, passaram a ocupar a quarta posição. Desde o fim da década de 80, vem se mantendo uma redução significativa dos casos de diarréia e do sarampo. Em 2002, de acordo com a pesquisa, as doenças infecciosas e parasitárias foram responsáveis por apenas 0,8 morte por mil nascidos vivos.

Houve também uma redução importante com relação às doenças do aparelho respiratório. Em 1992, a taxa era de quatro óbitos por mil nascidos vivos.

Dez anos depois, caiu para 1,1 por mil, segundo o levantamento feito pela fundação.

Descolamento da placenta, prematuridade, asfixia ao nascer e afecções da mãe vinham se tornando, desde 1979, as causas principais de mortalidade infantil no Estado. Sua participação estava crescendo e, nos últimos cinco anos, chegaram a responder por 58% dos óbitos infantis.

Os técnicos do Seade ressaltaram, no entanto, que as taxas de mortalidade em razão dessas causas estão diminuindo lentamente e de forma contínua, chegando a 8,8 mortes por mil nascidos vivos, em 2002.

Por idade, a pesquisa também apontou uma queda. Em 1990, a taxa de mortalidade era de 15,6 para cada grupo de mil crianças de até 6 dias, de 19,7 para até 27 dias e de 12,26 entre 28 dias e 11 meses. No ano passado, caiu para 7,7, 10,45 e 4,59, respectivamente.

Apesar da queda da mortalidade infantil, ainda persistem grandes diferenças regionais. Em relação às Regiões de Governo do Estado, observa-se que, em 2002, a menor taxa de mortalidade infantil foi registrada na região de São Carlos, com 7,99 mortes para cada mil. A maior ocorreu na região de Itapeva, com 24,94, ou seja, mais que três vezes.

Destacam-se ainda as regiões de Votuporanga (10,52) e de Fernandópolis (10,63), com as menores taxas. E as de Santos (21,61), Tupã (20,36), Lins (19,97) e Guaratinguetá (19,86) foram consideradas as maiores.