Em 12 anos, área dedicada à cana dobra em SP

Valor

qui, 23/04/2009 - 10h16 | Do Portal do Governo

Em 12 anos, a área ocupada pelas plantações de cana-de-açúcar praticamente dobrou em São Paulo e a de milho, na contramão, caiu pela metade, atestando o movimento de substituição do plantio de grãos pelo de cana no Estado. Os números fazem parte do Levantamento Censitário das Unidades de Produção Agropecuária (Lupa) do intervalo 2007/08, o primeiro desde a apresentação do censo 1995/96.

Entre as culturas que no levantamento de 12 anos atrás ocupavam mais de 200 mil hectares, a cana foi praticamente a única a ampliar sua área ocupada – além dela, apenas o plantio de eucalipto também aumentou seu terreno de cultivo. Entre um levantamento e outro, a cana-de-açúcar passou de 2,886 milhões de hectares para 5,497 milhões de hectares, um avanço de 90,4%.

No mesmo intervalo, a área dedicada ao milho recuou pouco mais de 45%, passando de 1,235 milhão de hectares para 667 mil. Também foi pronunciado o recuo do espaço dedicado ao cultivo da soja: a diminuição foi de 44,5%, para 396 mil hectares. Mesmo o café, de secular tradição no Estado, voltou a perder espaço, embora em menor conta. Seu cultivo passou a ser efetuado em 214 mil hectares após a queda de 6,5% na comparação com o censo de 1995/96.

Na pesquisa, realizada por Secretaria de Agricultura, Instituto de Economia Agrícola (IEA) e Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), apurou-se um crescimento simultâneo das áreas de lavouras e das de vegetação natural. As de lavouras (que englobam as terras ocupadas por plantações perenes, temporárias e também por reflorestamentos) passaram de 34% para 44% do total . As áreas de vegetação natural, por sua vez, passaram a responder por 12% do total, em lugar dos 10% do censo da década passada.

Entre um levantamento e outro, as terras dedicadas à atividade agrícola cresceram 2,5%, para 20,5 milhões de hectares. As de pastagens deixaram de responder por 51% do bolo e passaram a 39%. Também houve redução do rebanho bovino, embora em menor proporção, “o que aponta ganho de eficiência no manejo da pecuária paulista”, segundo avaliação da Secretaria da Agricultura.

A maioria das propriedades rurais de São Paulo está na fatia dos 20 a 50 hectares de área, característica que já havia sido apurada no levantamento anterior. Entre um censo e outro, no entanto, o tamanho médio das unidades de produção agropecuárias (UPA) caiu de 72 para 63 hectares. Caiu também o número de pessoas que trabalham no campo, mas, em lugar dos trabalhadores permanentes, a maior parte da força de trabalho passou a ser composta por familiares do dono da área de cultivo.

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