Educação planejada

A Tribuna - Santos - 16/10/2003

qui, 16/10/2003 - 9h28 | Do Portal do Governo

Na comemoração do Dia do Professor, educadores do Estado tiveram duas novas conquistas. Em solenidade realizada ontem para 100 professores da rede estadual de ensino, no Palácio dos Bandeirantes, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), sancionou lei para instituição de Programas de Formação Continuada e entregou ao presidente da Assembléia Legislativa, deputado Sidney Beraldo (PSDB), juntamente com o secretário de Estado da Educação, Gabriel Chalita, o Plano Estadual de Educação.

‘A Educação não deve ser improvisada e sim planejada. É isso que será feito através do Plano Estadual de Educação: diretrizes pedagógicas que terão dez anos de alcance’, destacou o governador. Chalita completou: ‘O fundamental na Educação é não ter rupturas. Notamos que países que obtiveram sucesso na Educação fizeram pactos suprapartidários’.

Inicialmente, o plano, que tem objetivos como a elevação global da escolaridade da população, erradicação do analfabetismo e universalização do atendimento escolar, prevê a elaboração de ações a curto e médio prazos e em seguida a definição de financiamentos e como será sua gestão.

Preparado após cinco meses de debates e 15 audiências públicas com segmentos da sociedade e entidades ligadas à Educação, o Plano Estadual segue os moldes do Plano Nacional de Educação. ‘Ele atingirá todas as modalidades de ensino desde a Educação Infantil até o Ensino Superior. Estabelecerá política educacional do indígena e também diretrizes para a educação inclusiva, profissional e técnica’, realçou Chalita.

Atualmente, o Estado investe mais de 30% dos recursos arrecadados de impostos com a Educação. A capacitação permanente é um dos estímulos para o aperfeiçoamento do educador. Segundo Alckmin, quem ensina precisa estar sempre estudando.

‘Já nos antecipamos à Lei de Diretrizes e Bases (LDB) oferecendo curso de Pedagogia para todos os professores efetivos. Agora, através da lei sancionada hoje (ontem), está prevista além da Bolsa Mestrado, a aquisição de equipamentos de inclusão digital e de material didático’.

Intercâmbio

Para 2004, dentro do programa de Bolsa Mestrado, o educador poderá fazer sua capacitação fora do País. Um intercâmbio com países europeus possibilitará uma importante troca de experiências educacionais.

‘Quem fizer o Mestrado no Brasil receberá uma bolsa de R$ 720,00 para gastos com livros e materiais. Já o Mestrado fora funcionará como uma contrapartida: nós receberemos professores europeus’, adianta Alckmin.

Salários

O relatório Estatísticas dos Professores no Brasil, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), mostra que grande parte dos profissionais enfrenta duplas jornadas de trabalho e baixa média salarial (R$ 866,23), fazendo com que o educador ganhe menos, por exemplo, que um suboficial das Forças Armadas (R$ 868,00).

Chalita reconhece que o baixo salário do professorado é um problema nacional. ‘No Estado, temos uma média salarial maior, em torno de R$ 1.100,00, mas ainda é baixa. Estamos estudando o tempo todo possibilidades de melhoria salarial. Só não fazemos isso por causa da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Tentamos dar outros benefícios, como o bônus que pagamos pela produtividade e assiduidade do profissional’.