Doação de órgãos aumenta 42% em SP

Jornal da Tarde

ter, 19/05/2009 - 8h17 | Do Portal do Governo

De janeiro a abril, foram 216 doadores. Número de transplantes subiu de 455 para 615 no período

O número de doadores de órgãos no Estado cresceu 42,1% nos quatro primeiros meses deste ano em comparação com o mesmo período de 2008, segundo a Secretaria Estadual de Saúde. De janeiro a abril, 216 pessoas doaram pelo menos um órgão (fígado, coração, pulmão, rim ou pâncreas). Atualmente, cerca de 13 mil pessoas estão na fila.

Graças a esse aumento, cresceu o número de transplantes no período – de 455 para 615, variação de 35%. O número de transplantes não é igual ao de doações porque uma pessoa pode doar mais de um órgão.

O maior aumento ocorreu no número de transplantes de fígado – 184 pessoas receberam o órgão no Estado (crescimento de 40,4%). Em seguida, aparecem os transplantes de rim, 344 (36%); coração, 35 (29,6%); e pâncreas, 44 ( 27,2%). Pulmão foi o único que teve queda. Foram oito transplantes (-33,3%). De acordo com a pasta, fatores como infecções respiratórias e tempo de entubação do paciente fazem do pulmão um órgão de difícil aproveitamento.

Segundo o médico da Central de Transplantes da Secretaria da Saúde, Reginaldo Boni, o trabalho desenvolvido pela pasta desde agosto de 2006 explica o aumento. Desde essa data, são feitos cursos com médicos e funcionários de hospitais para aumentar a eficiência da captação de órgãos. Até agora, pouco mais de 500 profissionais aprenderam a diagnosticar a morte encefálica (quando o cérebro para de funcionar), fazer a manutenção do potencial doador e convencer a família da importância da doação.

Uma das pacientes que receberam um novo órgão é a dona de casa Maria Inês Antônio de Freitas, de 58 anos. Ela foi operada no Hospital Beneficência Portuguesa no dia 3 do mês passado.

Maria Inês teve cirrose hepática diagnosticada em 2001. Ficou na fila por um fígado por cerca de seis anos. “Disseram que ela tinha melhorado”, recorda Geane, uma de suas filhas. Em dezembro do ano passado, a doença se agravou e Maria Inês voltou para a fila.

“De repente, ligaram falando que tinham arranjado um doador”, diz a filha. Maria Inês foi levada para o hospital e, depois de oito horas na sala de cirurgia, tinha um novo fígado. “Graças a Deus deu tudo certo”, diz.

Aos 23 anos, Maria Antônia Rodrigues espera na fila por um fígado há um ano – ela sofre de hepatite B e Delta. “Tem dias em que estou bem, em outros, passo um pouco mal. Se Deus quiser, vou conseguir um doador o mais rápido possível.”

Números

184
Fígado
(a maior variação, aumento de 40,4%)

8
Pulmão
(único que registrou queda , 33,3%)