Direito da USP ganha prédio no centro

Folha de São Paulo - Quinta-feira, dia 28 de setembro de 2006

qui, 28/09/2006 - 11h23 | Do Portal do Governo

Objetivo da faculdade é reduzir número de estudantes por sala de aula; hoje, elas chegam a abrigar mais de cem alunos

Imóvel de dez andares será desapropriado pelo governo estadual; prédio fica na rua Riachuelo e faz divisa com o edifício anexo ao histórico

AFRA BALAZINA

DA REPORTAGEM LOCAL

A Faculdade de Direito da USP, a mais tradicional da área no país, irá ganhar mais um prédio na região central de São Paulo para desafogar suas salas de aula, que hoje chegam a abrigar cem estudantes ou mais.

O governo estadual decretou de utilidade pública ontem um prédio de dez andares que será desapropriado para permitir o crescimento da faculdade do largo São Francisco.

O imóvel escolhido fica na rua Riachuelo e faz divisa com um prédio que já é anexo ao edifício histórico -os dois são ligados por uma passarela.

O objetivo principal da ampliação é reduzir o número de alunos por sala de aula. Para que isso seja possível, pode-se transferir a área administrativa ou as bibliotecas de departamentos para o outro prédio.

O pedido de desapropriação foi feito pela direção da faculdade ao governador Cláudio Lembo (PFL) há um mês. Ele recebeu um abaixo-assinado com 2.000 adesões. “Não é fácil conseguir um espaço no centro de São Paulo, principalmente que seja contíguo à faculdade. Esse prédio talvez seja a única possibilidade de nos desafogar”, disse o diretor da faculdade, João Grandino Rodas, 59. Em sua opinião, pelo fato de o governador ser ex-aluno da faculdade e atuar como professor de Direito, ele se sensibilizou rapidamente.

Segundo Rodas, o valor venal do imóvel é de R$ 1,2 milhão. “O prédio deve ter mais de 50 anos, mas tem boa estrutura e 70% dele está desocupado.” O edifício é comercial -possui salas de advocacia e imobiliária. Há placas de “aluga-se” em algumas janelas.

A empresa que administra o imóvel, Fragoma, disse ter sido pega de “surpresa” e que informaria a proprietária do prédio, que não se manifestou ontem. No processo de desapropriação, ela deverá ser indenizada.

Das 18 salas de aula grandes existentes no edifício histórico, sete estão ocupadas por bibliotecas. A intenção do diretor é tirar os livros do local e fazer com que esses espaços voltem a ser ocupados pelos estudantes. Ainda não existe, porém, uma decisão definitiva.

“Temos 400 novos alunos por ano, que se dividem no período noturno e diurno. São em média cem alunos por sala. Se conseguíssemos dividir e deixar entre 50 e 60 alunos por sala, ficaria bastante razoável.” Ele acredita que, com a mudança, o aprendizado será maior.