Marina Pauliquevis
Um carro-forte pára na Avenida Paulista, mas não para fazer entrega. Atraído por um grupo que distribuía livros na frente do Hospital Santa Catarina, o motorista aproveitou o trânsito lento, parou e pegou seu volume. Em duas horas e meia, cerca de 10 mil unidades foram distribuídas ontem para quem passava pela Paulista, para comemorar o Dia do Livro. Foi uma parceria da Secretaria de Estado da Cultura e o Clube de Leitura de Barueri, que há um ano iniciou campanha de arrecadação.
‘Desde outubro do ano passado, conseguimos 32 mil livros, muitos doados por moradores de São Paulo’, disse o presidente do clube, João Palma. ‘Livro é dignidade, é a arma para derrotar a ignorância.’ A Câmara Brasileira do Livro contribuiu com 2 mil unidades.
A aposentada Neusa Maria Berna, de 48 anos, é apaixonada por leitura. Por causa do preço, troca títulos com os amigos. ‘Gostei tanto de ganhar um livro que pedi outro.’ Apesar da limitação de um livro por pessoa, Neusa levou dois: de auto-ajuda e com dicas médicas.
A lista era variada: desde clássicos como Odisséia, de Homero, a livros didáticos.
Leôncio Fernandes, de 19 anos, conseguiu O Dia do Chacal, de Frederick Forsythe. Gostou. Estava acabando um livro e queria outro para ler no caminho para casa, em Perus, zona norte. Fernandes tem o hábito de ler desde a infância e atualmente escreve coluna sobre livros no jornal do bairro onde mora. É freqüentador assíduo da biblioteca local. ‘Quem está interessado em ler, tem de ir atrás.’
A secretária da Cultura, Cláudia Costin, que ajudou a distribuir os livros, quer facilitar o acesso à leitura, ampliando o número de bibliotecas no Estado e melhorando as que já funcionam. Entre os projetos da secretaria, está criar bibliotecas em 65 cidades até março.
