Nível é melhor do que a média do País
Mariana Pinto
Uma pesquisa inédita feita com 800 detentos de 32 presídios do Estado revelou que as habilidades de leitura e escrita da população carcerária são superiores às da média da população brasileira.
A pesquisa foi realizada pelo Instituto Paulo Montenegro a pedido da Fundação Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel de Amparo ao Preso (Funap) e pelo Ibope Opinião. Ela será divulgada amanhã no auditório da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP).
A SAP e a Funap pretendem usar os dados obtidos para aprimorar os programas de escolarização e formação de presos, fundamentais para a ressocialização e empregabilidade dos detentos.
O objetivo final é conseguir a aprovação de uma política pública de remição da pena pela educação e não só pelo trabalho, como acontece hoje. Atualmente, a cada três dias trabalhados, é diminuído um dia de pena para o detento. A remição de pena pela educação também seria uma forma de incentivar os presos a freqüentar as escolas existentes nas penitenciárias.
Segundo a Funap, dos 123 mil detentos espalhados nos presídios paulistas, aproximadamente 18 mil deles estudam.
Para realizar a pesquisa, foi usado o método Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), aplicado anualmente para medir as habilidades em leitura, escrita e matemática de brasileiros entre 15 e 64 anos.