Desenvolvimento Regional

A Tribuna - Santos - Artigo - Terça-feira, 16 de dezembro de 2003

ter, 16/12/2003 - 10h49 | Do Portal do Governo

João Carlos de Souza Meirelles (*)

A realização do 11º Fórum São Paulo: Governo Presente na Baixada Santista, fechando 2003, é particularmente emblemática. Trata-se de uma região estratégica, importante para São Paulo e para o Brasil: sede do maior porto do Hemisfério Sul, megacorredor de exportação, representa o esforço empreendido pelo Governo do Estado como caminho rápido para o desenvolvimento econômico e a conseqüente geração de trabalho e renda.

Trabalhamos sob um novo conceito, o de desenvolvimento regional, e o fórum reflete exatamente isso. O Governo do Estado elabora ações de infra-estrutura voltadas para a integração desse novo modelo de desenvolvimento, procurando atuar mesmo em setores que não nos competem diretamente, como o Porto de Santos: a nova Imigrantes aumentou em mais de 70% a capacidade de acesso rodoviário ao porto. Ao mesmo tempo, estimulando a melhoria do acesso ferroviário, eliminamos 400 mil viagens de caminhões ao Porto, graças ao aumento de 10 milhões de toneladas de volume embarcado.

Outro projeto para melhorar o modal ferroviário é a construção da ferradura, em parceria com o Governo Federal, que permitirá a interligação das margens esquerda e direita do porto. Para desobstruir a passagem de caminhões por cima de trilhos, estuda-se a construção de um túnel. O esforço conjunto se refere também à dragagem do Porto de Santos, não só para permitir o acesso às margens direita e esquerda, mas também aos portos privados do fundo do estuário, como Cosipa e Ultrafértil, em Cubatão – sem falar na ampliação que representa o novo deck de atracação no complexo Barnabé-Bagres.

Enquanto isso, o Estado trabalha em novos terminais no Porto de Santos. Já está em fase final o licenciamento ambiental para a construção do Terminal Graneleiro do Guarujá (TGG), na margem esquerda; ele deverá embarcar, a partir de 2005, mais 10 milhões de toneladas de grãos. Para agilizar o embarque, também na margem esquerda, uma plataforma roll-on-roll-off, uma vez que São Paulo está se transformando em grande exportador de veículos. Santos deverá fechar o ano com mais de 60 milhões de toneladas em exportação – quase 45% do total brasileiro. Queremos ajudar a prepará-lo para 150 milhões de toneladas.

Outro tema que nos faz comemorar o encerramento das sessões do Fórum em 2003 na Baixada Santista é o fato de a região ser um grande pólo turístico. O turismo é mágico: emprega do menos qualificado trabalhador até o PhD, e a Baixada Santista, com seus 2,4 mil km2, é especialmente rica nesse quesito: dos nove municípios, oito são estâncias balneárias.

O problema é que não basta lotar a orla na temporada de veraneio. Para explorar o turismo durante o ano inteiro, o foco não é apenas o freqüentador que tem casa na praia, mas o turista que vem para ocupar hotéis e restaurantes, o visitante que vem a trabalho nos centros de eventos de primeira qualidade que a Baixada já oferece. Ou seja, é preciso criar uma nova motivação para o turismo e utilizar a boa infra-estrutura desfrutada pelos seus 1,5 milhão de habitantes e pela população flutuante, que quase dobra durante a temporada.

Não temos apenas praias iluminadas pelo sol, mas um conjunto de belezas que convidam a passeios variados. Não é preciso inventar nada, basta criar a partir do que já existe. O Caminho do Mar, o Caminho de Anchieta, as possibilidades de lazer náutico e turismo marítimo representam um conjunto de atrativos que permitem o turismo o ano inteiro.

Um festival de inverno envolvendo os nove municípios – Cubatão tem belezas únicas – é uma das idéias. Um ônibus
que percorra os nove municípios permanentemente, no sistema de passagem única, é outra. A criação de uma linha regular para o aeroporto de Santos, que fica no Guarujá, também está em pauta. Trabalhamos para atrair investimentos para a instalação de um belo resort na Baixada. A idéia é integrar essa região com enorme potencial turístico, um dos principais destinos do Atlântico Sul, e transformar esse conjunto em trabalho e renda, que é o objetivo do Governo Alckmin.

Estamos empenhados no desenvolvimento sustentável sob todos os pontos de vista. Nosso norte é o homem: não há desenvolvimento econômico sem desenvolvimento social. Queremos a incorporação contínua de novos agentes ao processo, com redistribuição de renda, com inclusão progressista de parcelas da população ao mercado de bens e serviços. A Baixada Santista deverá crescer com a melhoria da qualidade de vida de contingentes cada vez maiores da sua população.

(*) João Carlos de Souza Meirelles é secretário de Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo do Estado de São Paulo.