Falta somente a transferência dos últimos 40 detentos, prevista para hoje
Dois anos depois da implosão da Casa de Detenção, conhecida como Carandiru, será desativado hoje o maior presídio masculino de São Paulo, a Penitenciária do Estado, que fica no mesmo complexo, na Zona Norte da Capital.
Falta somente a transferência de 40 presos que cruzarão hoje pela manhã pela última vez os portões do Carandiru. A desocupação começou em fevereiro deste ano, com a transferência dos 2.221 presos para unidades do interior.
O prédio, da década de 20, será reformado e transformado em uma penitenciária para abrigar mulheres. As obras têm previsão para início imediato e vão custar R$ 7,9 milhões. A reforma deve ser concluída em junho de 2005.
A nova penitenciária feminina será a primeira a ter administração compartilhada com uma organização não-governamental (ONG). Com a inauguração do novo estabelecimento, o governo pretende resolver o problema da falta de vagas para as 1.217 presas do Cadeião de Pinheiros, na Zona Oeste, e das condenadas que estão nas cadeias públicas no interior do estado.
Nos últimos anos a Penitenciária Masculina do Estado foi palco de muitas fugas e rebeliões. Em média, abrigava 2.400 presos em três pavilhões. Na década de 50 ocorreu a primeira grande fuga pela muralha do complexo.
Entre os mais recente episódios figura o de novembro de 2003, quando 87 presos tentaram fugir. Quarenta e nove foram recapturados, oito morreram no interior do túnel e um em confronto com a polícia.