Folha de S.Paulo
A Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.) estuda a implantação de um túnel subaquático entre Santos e Guarujá, no litoral de São Paulo, para substituir o sistema de travessias por balsas.
De acordo com o diretor-presidente da empresa, Thomaz de Aquino Nogueira Neto, as primeiras conclusões da análise devem ficar prontas em três meses.
O estudo em elaboração vai definir o traçado, trajeto, tamanho do túnel e custo da obra. Também vai indicar a necessidade de aporte de recursos para a obra e de eventuais desapropriações.
“Como administradores da travessia, fizemos uma análise e percebemos que não dá para melhorar o serviço porque o volume de tráfego é muito grande, a distância é muito curta, a região já está congestionada e o movimento do porto aumentou muito”, disse Nogueira Neto.
O fluxo médio diário na travessia Santos-Guarujá é de 24 mil veículos –número que cresce aproximadamente 30% na temporada– e de 14 mil bicicletas.
Caso seja comprovada a viabilidade da obra e ela seja concluída, a travessia de balsas será extinta. “Tirar as balsas tem duas vantagens. A maior é o serviço de travessias mesmo, que hoje está saturado e não vemos maneira de melhorá-lo significativamente. Além disso, há a vantagem de liberar o canal de acesso ao porto, tornando-o mais fluido”, disse Nogueira Neto.
Ele afirmou ainda que a empresa decidiu analisar a viabilidade do túnel subaquático com base em idéia antiga da Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo), de construir um túnel ligando as margens do porto de Santos, para transporte de cargas. Segundo ele, o túnel que a Dersa estuda não terá essa finalidade. “É um túnel metropolitano, para passagem de carros e transporte coletivo urbano. Não é um túnel para caminhões e cargas.”
Atualmente, a tarifa da travessia entre Guarujá e Santos é de R$ 7,10 para veículos e de R$ 3,60 para motos. A idéia da Dersa é manter as mesmas tarifas para o túnel.
“Sou a favor [da obra] e estamos trabalhando junto com o governo do Estado. Será uma obra fundamental para a região”, disse o prefeito de Guarujá, Farid Madi (PDT).
O prefeito de Santos, João Paulo Papa (PMDB), afirmou ter a mesma opinião. “Nossa região está se desenvolvendo e hoje trabalhamos com a perspectiva de, no futuro, termos mais de uma ligação seca entre as duas margens.”
