Denarc apreende 257 kg de cocaína

Jornal da Tarde - Terça-feira, 3 de agosto de 2004

ter, 03/08/2004 - 9h20 | Do Portal do Governo

Também foram apreendidos 43 kg de crack, na maior apreensão do ano no Estado – e a segunda maior de cocaína. A droga foi encontrada na casa do mecânico Edson Cleber Braga, no Ipiranga. Ele deixou a prisão há dois anos e abastecia o Interior e a Capital

MARCELO GODOY

Ao investigar o que o mecânico Edson Cleber Braga, 31 anos, estava fazendo desde que deixou a prisão, o Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos (Denarc) apreendeu 43 quilos de crack e 257 de cocaína. Foi a maior apreensão de crack do ano em São Paulo e a terceira maior de cocaína. Braga, que cumpriu pena por tráfico, estava em liberdade havia dois anos. As drogas estavam no laboratório montado pelo acusado em uma casa da Rua Capitão Julio Alfredo Montes, no Ipiranga, Zona Sul da Capital.

Braga foi detido quando voltava para casa em seu Palio branco. Era noite de sexta-feira – o Denarc manteve em sigilo a apreensão na esperança de apanhar outros envolvidos no crime. Os investigadores estavam desde janeiro acompanhando os passos do acusado. ‘Ele fornecia drogas para o Interior para favelas da Capital’, afirmou o delegado Ivaney Cayres de Souza, diretor do Denarc.

Na tarde de ontem, Braga não quis dar entrevista. Também não quis depor. Segundo os policiais, ele abastecia as cidades de Campinas, Americana, Santa Bárbara d’Oeste e a região de Santo Amaro, na Zona Sul da Capital. A droga vinha da Colômbia e chegava a São Paulo por aviões.

Na casa do Ipiranga, a droga era misturada a lidocaína e cafeína para aumentar seu peso e ser vendida a traficantes menores. Também havia éter e acetona no lugar, produtos usados no refino da pasta-base de cocaína. Para fazer o crack, os policiais afirmaram que o acusado mantinha batedeiras industriais, fogões, tachos e prensas hidráulicas.

Tudo estava em uma edícula, nos fundos da casa do Ipiranga. Ali e em um dos quartos do imóvel os policiais encontraram o crack e a cocaína. Os investigadores do Denarc estimam que Braga movimentava cerca de 1,2 tonelada por mês de cocaína no mercado paulista.

‘Ele era o que nós chamamos de patrão’, afirmou o diretor do Denarc. De acordo com ele, o departamento está acompanhando a vida dos grandes traficantes presos dentro dos presídios e os que são postos em liberdade. ‘Sabemos que quando um deles vai para a prisão, alguém de fora continua o tráfico sob suas ordens’, afirmou o delegado.

Esse levantamento é feito com o auxílio da Secretaria da Administração Penitenciária, que informa aos policiais do Denarc quando um traficante é transferido de penitenciária ou quando é solto.

‘Assim nós soubemos que ele (Braga) estava morando em Santa Bárbara d’Oeste.’ Em duas semanas, o Denarc apreendeu 1,7 tonelada de cocaína no Estado.