Demolição de 26 prédios na Luz dá início a nova estação do metrô

Folha de S. Paulo - Quinta-feira, 7 de julho de 2005

qui, 07/07/2005 - 9h45 | Do Portal do Governo

Unidade integra a linha 4-amarela, em construção

Luísa Brito
Da Reportagem Local

Até o final deste mês, 26 prédios localizados na região da Luz, centro de São Paulo, estarão no chão. Em seu lugar será erguida a futura estação Luz da linha 4-amarela do Metrô de São Paulo, que irá ligar a região central ao bairro de Vila Sônia (zona oeste).

O trabalho de demolição começou ontem e deve levar um mês para ser concluído. A estação só deverá ser concluída em 2008.

A nova unidade será subterrânea e vai ser integrada às duas estações Luz já existentes: a da linha 1 (azul) do metrô e a da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). A estação terá 40 metros de distância do solo e será a mais profunda do sistema.

A área desapropriada tem 14 mil m² e fica numa quadra formada pela avenida Cásper Líbero e pelas ruas Mauá e Brigadeiro Tobias. Apenas um prédio do quarteirão será preservado por se tratar de um imóvel tombado pelo patrimônio histórico.

Como os acessos da nova estação só ocuparão cerca de um terço da área total, o governo do Estado quer fazer uma parceria com a prefeitura para a construção de um bulevar no local.

De acordo com o diretor de engenharia e construções do Metrô, Sergio Eduardo Favero Salvadori, o bulevar abrigaria eventos e poderia também contar com unidades comerciais. Segundo Salvadori, ainda não há um projeto pronto e a questão deve ser discutida com a Emurb (Empresa Municipal de Urbanização).

As obras no bairro da Luz não devem atrapalhar o trânsito na região. A nova estação terá dois acessos, um pela rua Brigadeiro Tobias e outro pela avenida Cásper Líbero. O local contará ainda com dois guichês de bilheteria, 14 bloqueios, 12 escadas fixas, 19 escadas rolantes, dois elevadores comuns e dois elevadores hidráulicos. A previsão é que 103 mil usuários circulem diariamente pela estação.

Linha 4

A construção da linha 4 sofreu um atraso de 11 meses no cronograma original de atividades. Segundo o secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, o atraso ocorreu devido aos trâmites de desapropriação de imóveis. No total, 236 edificações foram desapropriadas. O custo de ressarcimento foi de R$ 150 milhões.

A linha 4, conhecida como a linha da integração, será ligada aos outros três trajetos metroviários principais da capital paulista: a linha 1-azul (Norte/Sul), na estação Luz, a 3-vermelha (Leste/Oeste), na República, e a 2-verde, na Paulista, além da linha C da CPTM (que beira a marginal Pinheiros).

A primeira fase das obras deve ser concluída no final de 2008, época prevista para entrarem em funcionamento cinco das 11 estações programadas: República, Paulista, Pinheiros e Butantã, além da Luz. Essas cinco primeiras devem receber cerca de 800 mil passageiros diariamente.

O governo do Estado tenta viabilizar, com apoio da prefeitura, a conclusão da estação Faria Lima nessa primeira etapa. No entanto, a questão não está decidida.

A segunda etapa (estações Higienópolis, Oscar Freire, Fradique Coutinho, Faria Lima, Morumbi e Vila Sônia) só deve ficar pronta em 2011. A linha completa terá 12,8 quilômetros de extensão e atenderá 960 mil usuários.

Para o governador Geraldo Alckmin (PSDB), o fato de a conclusão das obras estar prevista para um período posterior ao fim de seu governo, que se encerra no próximo ano, não deve atrapalhar o trabalho. ‘Os financiamentos já estão assinados’, afirmou.

A operação da linha deve ser cedida à iniciativa privada por meio de um processo de licitação que será anunciado até o final do ano. De acordo com o presidente do Metrô, Luiz Carlos David, o vencedor terá que adquirir os trens e terminar alguns sistemas como o centro de controle de operações. O investimento está avaliado em US$ 300 milhões. Não foi estabelecido o período de concessão.