De volta ao Roda Viva

Agora São Paulo - Segunda-feira, 9 de março de 2009

seg, 09/03/2009 - 10h20 | Do Portal do Governo

Agora São Paulo

A voz das notícias das manhãs da rádio CBN estará à frente, a partir de hoje, às 22h10, do mais tradicional programa de entrevistas da TV brasileira, o “Roda Viva” (TV Cultura). O jornalista Heródoto Barbeiro, que comandou a atração entre 1994 e 1995, volta à bancada para substituir Lilian Witte Fibe, que deixou a emissora no mês passado.

“Da primeira vez, foi uma experiência extraordinária. Fui o apresentador daquele ‘Roda Viva’ que é sucesso no YouTube, no qual o Orestes Quércia briga com um jornalista. Aquilo quase terminou em pancadaria”, recorda.

Para Barbeiro, a maior dificuldade é conseguir levar os entrevistados à atração. “Temos de correr atrás de nomes que vão provocar impacto no público. É claro que queríamos o Barack Obama [presidente dos EUA]”, diz ele, que define a atração como o programa de entrevistas mais tradicional da TV.

Futebol na pauta

Barbeiro abre sua nova temporada à frente do programa colocando no meio da roda o técnico da seleção brasileira de futebol, Dunga. O jornalista descarta que isso represente uma tentativa de popularizar o “Roda Viva”. “Não temos esse objetivo editorial. A ideia é trazer pessoas que possam dizer coisas que sejam do interesse da sociedade. Acho que o Dunga é um cara que desperta interesse. Vamos continuar trazendo filósofos e pensadores. Os entrevistados precisam ter alguma coisa para dizer e provocar no público reflexão e consciência.”

Animado com o investimento recente no site www.iptvcultura.com.br, Barbeiro acredita que o programa conseguirá falar com um novo público pela internet. “A interatividade é maior do que em qualquer outra mídia. Os internautas poderão participar dos bastidores e mandar perguntas.”

Questionado sobre quais nomes gostaria de ver no centro do “Roda Viva”, ele joga alto: “Quero trazer a [ministra] Dilma Roussef, o [jogador] Ronaldo, o [presidente] Lula e o [governador de Minas Gerais] Aécio Neves.”

Barbeiro vê o público do “Roda Viva” como “pessoas que estão procurando algo diferenciado dentre os variados programas de entrevista da TV”. “A atração tem uma hora e meia de duração e conta com a participação de um conjunto de jornalistas. São cinco entrevistadores, todos ligados ao tema que está sendo discutido.”

Nessa discussão, ele tem bem claro qual é o seu papel: “É o de fazer perguntas e mediar o debate”. E diz que seu estilo não muda. “Vou continuar sendo o que vocês conhecem da rádio CBN e da TV Cultura. Uma pessoa que procura estudar o tema e fazer perguntas sobre o que o público quer saber. O jornalista pode fazer perguntas provocativas sem ser agressivo. Fazer perguntas que deixem a pessoa em uma situação desconfortável é o nosso papel de jornalista, mas nem por isso nós vamos xingar a mãe do cara, né?”