De volta a ‘locomotiva’ paulista

Cruzeiro do Sul/Sorocaba

seg, 18/05/2009 - 9h46 | Do Portal do Governo

Neste maio de 2009, uma novidade das cidades mais avançadas do mundo saiu oficialmente das pranchetas do Palácio dos Bandeirantes e os técnicos já estão definidos com relação ao cronograma, custos, itinerários e obras de infraestrutura necessárias

O Estado de São Paulo cresceu com a ajuda dos trilhos: trens cortando o interior em direção à Capital e ao litoral, trens cortando a elegante “Sampa” dos anos 50. Nos últimos 30 anos, a principal cidade da América Latina – quase parada com milhões de automóveis, caminhões e ônibus – recorreu aos “trilhos subterrâneos” (Companhia do Metropolitano) para poder ofertar o transporte diário para uma dezena de milhões de habitantes. E a quantidade de vagões de metrô é ainda insuficiente para a demanda crescente.

Neste maio de 2009, uma novidade das cidades mais avançadas do mundo saiu oficialmente das pranchetas do Palácio dos Bandeirantes e os técnicos já estão definidos com relação ao cronograma, custos, itinerários e obras de infraestrutura necessárias.

Estamos falando do trem-bala paulista: ele ligará o Rio de Janeiro a Campinas, fazendo conexão com os mais importantes aeroportos do Sudeste brasileiro. O Trem de Alta Velocidade (TAV – na terminologia técnica), custará em torno de US$ 15 bilhões e, partir de 2014 (quando entrar em operação) transportará por dia 31 milhões de passageiros.

Serão oito estações: Campinas, Viracopos, Campo de Marte (já na cidade de São Paulo), Cumbica, São José dos Campos, Volta Redonda, Galeão e Leopoldina (a popular Central do Brasil). A empresa, Halcrow, consultora a serviço do Governo do Estado no projeto alerta: num dos piores cenários de compra de equipamentos e andamento das obras, os gastos finais poderão atingir a marca de US$ 20 bilhões. A arquitetura financeira do “trem-bala” prevê recursos próprios do governo do Estado, do BNDEs e das PPPs, as chamadas Parcerias público-privadas.

As maquetes montadas pelos técnicos mostram dois tipos de viagem do Trem de Alta Velocidade: 1. Expressa, ligando diretamente São Paulo ao Rio de Janeiro, com duração de 1h40: 2. Pinga-pinga, parando ao longo das oito estações. Engenheiros que trabalham no projeto revelam que a velocidade máxima será de 350 quilômetros por hora – possível a partir de rampas com inclinação de até 3,5% e curvas bastante abertas, com raio de sete quilômetros. A transposição da Serra das Araras, no Rio de Janeiro, compreende o trecho de maior desafio da obra ferroviária.

O governo paulista nutre um sonho no cronograma: o TAV poderia mesmo entrar em operação em 2014, ano previsto para a realização da Copa do Mundo de Futebol em território brasileiro. De qualquer forma, a obra carrega um significado muito maior do que o transporte: já estão nas pranchetas e softwares dos engenheiros a criação de centros comerciais ao longo das estações, aberturas de grandes avenidas, conexões inevitáveis com metrô e corredores de ônibus e grandes empreendimentos residenciais.

Dessa maneira, como numa “volta ao tempo”, na qual Sorocaba também teve papel relevante na história paulista. o Estado de São Paulo voltaria a ser novamente uma locomotiva de desenvolvimento e oportunidades.