DAS estoura cativeiro e liberta empresário

Jornal da Tarde - Quarta-feira, 15 de agosto de 2007

qua, 15/08/2007 - 12h40 | Do Portal do Governo

Jornal da Tarde

Foi libertado na madrugada de ontem o empresário Anderson Araújo Lisboa, de 40 anos, seqüestrado há 22 dias. Os agentes da Delegacia Anti-Seqüestro (DAS) e policiais civis de Poá, na Grande São Paulo, estouraram o cativeiro – uma chácara em Arujá, também na Grande São Paulo. Um dos seqüestradores, Alexandre Pereira Marques, preso antes pela DAS, foi quem levou os policiais ao local. Houve troca de tiros, dois seqüestradores morreram e um fugiu. Eles fazem parte de uma quadrilha procurada por outros três seqüestros. ‘Eu nasci novamente, achei que fosse morrer’, contou o empresário.

No cativeiro, Lisboa ficou amarrado o tempo todo dentro de um quarto escuro, sem poder tomar banho. ‘Comia três vezes por dia, mesmo quando estava passando mal.’ O empresário sofreu várias ameaças, mas não foi agredido. ‘Falavam que minha família não queria pagar o resgate, que iam colocar uma forca em uma viga do quarto em que estava e um banco, para eu me matar a hora que quisesse’, disse.

Cerca de 30 policiais cercaram a chácara para estourar o cativeiro. ‘Se os bandidos levaram menos de dez segundos para me levar, a polícia levou menos de três para me libertar’, disse Anderson Lisboa. Segundo ele, no dia 8 uma mulher, também seqüestrada, foi liberta pelos criminosos. Como estavam sem documentos, os seqüestradores mortos só serão identificados após legitimação.

Seqüestro

Lisboa foi seqüestrado às 9 horas do dia 23 de julho quando, como de costume, vistoriava uma obra no Parque do Carmo, na Zona Leste da Capital. Ele foi colocado em seu carro, um EcoSport, que foi abandonado na Cidade Líder, também na Zona Leste. Lá, os bandidos colocaram o empresário em outro carro e foram para o cativeiro.

Durante os 22 dias, a família sofreu muito. Segundo um tio da vítima, que preferiu não ser identificado, receberam pelo correio uma foto do empresário com duas armas apontadas para a cabeça. Os dois filhos de Lisboa, que é separado, foram para a casa da mãe, em Minas Gerais. ‘Eles ficaram doentes e não tinham o que fazer aqui. A família ficou sem comer e sem dormir.’

Investigação

O delegado titular da DAS, Wagner Giudice, conta que os agentes acompanharam as negociações entre os bandidos e o irmão do empresário desde o início. ‘A família não pagou o resgate de R$ 1,5 milhão’, disse o delegado. Para ele, a quadrilha sabia o que estava fazendo. ‘Escondiam bem as vítimas e faziam pouco contado com a família’, explicou.

No ano passado, a DAS libertou a empresária Ivani de Campos, seqüestrada pela mesma quadrilha. A família dela também recebeu um foto de Ivani com armas apontadas para cabeça dela.