Dançarinos internacionais ocupam a Estação São Bento

O Estado de S.Paulo - Sexta-feira, 7 de novembro de 2008

sex, 07/11/2008 - 9h58 | Do Portal do Governo

O Estado de S.Paulo

Igrejas, museus, circos, fábricas, parques e até centros de coleta de lixo. Lugares nada convencionais servem de palco para a companhia de dança Krisztina de Châtel. Pela primeira vez, o grupo holandês vem ao Brasil e faz uma inédita exibição em área pública fora da Europa. Entre os vários locais oferecidos, a Estação São Bento do Metrô, no centro da capital, foi eleita. A apresentação ocorre em conjunto com o Balé da Cidade de Taubaté.

“É uma oportunidade de mostrar a concepção de ?dança arquitetura? do nosso trabalho em outro país”, diz Paula Vasconcelos, de 42 anos, diretora de Ensaios da Krisztina de Châtel e mineira de Belo Horizonte. O grupo existe há 30 anos e reúne bailarinos de Alemanha, Itália e Portugal. “A bagagem cultural de cada um agrega valor ao espetáculo.” Como proposta, a companhia busca a exploração de obras públicas, como colunas, escadas e portões, para desenvolver coreografias. “Os bailarinos desenham o espaço e colocam vida dentro da arquitetura.” Segundo ela, a interação com o espaço físico é a grande paixão da fundadora do grupo, Krisztina de Châtel, responsável pela coreografia original.

As escadas, muretas e jardins do lado de fora da Estação São Bento transformam-se em cenário. Os bailarinos do grupo de dança holandês se apresentam primeiro. Em seguida, vem a Companhia de Dança de Taubaté. Por fim, os 16 dançarinos participam do ato final. “A idéia da coreografia era justamente mostrar a integração. É enriquecedora essa troca de experiências com os brasileiros”, afirma o português Daniel Costa, de 27 anos, que participa há três anos do grupo europeu.

AO AR LIVRE

O brasileiro Alexandre Barranco, de 19 anos, da companhia de Taubaté, também aprova a integração – e é a primeira vez que ele se apresenta ao ar livre. “São línguas diferentes, corpos diferentes, mas a linguagem da dança é universal”, diz. “A gente se entende dançando, e não falando.”

A interação, porém, não se restringe ao ambiente. O público também participa da apresentação. O professor Elton Milhomem, de 24 anos, estava indo para casa quando viu a apresentação. “Parei porque a música e a performance dos artistas chamaram a atenção. Gostei muito”, diz. Ele nunca havia visto um espetáculo de dança contemporânea e aproveitou para fotografar.

A idéia de unir dançarinos brasileiros e estrangeiros foi encampada por Krisztina e pelos organizadores do Festival Conexão Internacional de Dança. Trata-se da primeira edição do evento, que ocorre no Teatro Sérgio Cardoso e reúne companhias da Argentina e da Holanda, além de grupos nacionais, como o Cisne Negro e a São Paulo Companhia de Dança.

Companhia de Dança Krisztina de Châtel e Companhia de Dança de Taubaté – Estação São Bento, na saída para a igreja. Hoje, às 12h15 e 13h; amanhã, às 15 e 17 horas. Gratuito

Conexão Internacional- Teatro Sérgio Cardoso (Rua Rui Barbosa, 153, Bela Vista). Hoje, às 21h30; amanhã, às 21horas; domingo, às 18 horas. Entradas: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)