Cursos se especializam em formar cuidadores

O Estado de S.Paulo - Domingo, 22 de julho de 2007

dom, 22/07/2007 - 9h58 | Do Portal do Governo

O Estado de S.Paulo

De um lado, idosos com idade avançada ou portadores de alguma doença grave. Do outro, famílias pequenas, com configurações novas, onde todos os membros trabalham, têm pouco tempo para eles mesmos ou moram em outras cidades.

Mesmo assim, não basta abrigar em casa, conciliar o aspecto emocional. É preciso também saber cuidar de quem precisa de cuidados. Para isso, muitos hospitais, universidades e clínicas oferecem cursos para formação de cuidadores, tanto profissionais como familiares, como são chamadas as pessoas que se dedicam a cuidar de algum parente em casa.

“Uma das principais coisas que ensinamos é não subestimar o idoso, não tratá-lo como criança, respeitar a experiência de vida e os desejos dele”, explica a psicóloga Maria Olímpia Bottura, professora da Com Viver Com, empresa que oferece cursos na área.

Geralmente, os cursos envolvem a parte prática, que inclui como dar banho, trocar a roupa de cama com a pessoa deitada, trocar curativos, levantar da cadeira com mais facilidade, recomendações de alimentação e preparo de alimentos.

Além disso, há a parte mais teórica, que inclui discussões sobre o envolvimento, as emoções que a relação desperta, o sentimento de frustração que muitos cuidadores experimentam, insistência em não abandonarem a própria vida. “Há pessoas de todo tipo de procuram, desde auxiliares de enfermagem que querem se especializar na área, para trabalhar profissionalmente, até pessoas que, de repente, se viram com alguém doente na família e precisa de ajuda”, diz a psicóloga.

Em São Paulo, o Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP) é um dos locais que oferecem cursos do tipo. No Rio, a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) têm aulas sobre o tema. Em vários Estados, há cursos oferecidos pela Sociedade Brasileira de Gerontologia.