Curso prepara para a indústria têxtil

Folha de S.Paulo - Terça-feira, 20 de setembro de 2005

ter, 20/09/2005 - 11h19 | Do Portal do Governo

CARREIRA

Currículo de nova graduação da USP Leste foi composto com a ajuda de empresários do setor

RENATA BAPTISTA
DA REPORTAGEM LOCAL

Um curso desenvolvido para preencher as lacunas do mercado de moda no país. Esta é a proposta do bacharelado em tecnologia têxtil e da indumentária, que está sendo oferecido desde o início do ano pela USP Leste.

A grade curricular do curso foi montada por uma equipe multidisciplinar, composta também por empresários do ramo têxtil e tomando por base o currículo de universidades famosas da Itália, da França, da Inglaterra e da Carolina do Norte (EUA).

‘Este curso é uma inovação, um meio termo entre engenharia têxtil e moda’, explicou o gerente de infra-estrutura da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), Sylvio Napoli, um dos profissionais consultados durante a montagem do currículo.

O graduado no curso de tecnologia têxtil e da indumentária estará apto a atuar na indústria têxtil e em todas as etapas da produção, tais como produção de tecidos, planejamento de produção, automação industrial têxtil e tingimento, entre outras.

Segundo o coordenador do curso, Moacyr Martucci Júnior, o objetivo é fazer com que o egresso tenha conhecimento da cadeia produtiva da área têxtil como um todo, além de estar habilitado a coordenar o desenvolvimento de novos tecidos e produtos de moda e coleções, além de gerenciar os trabalhos relativos à comercialização, à distribuição, a marcas, a patentes e a desfiles.

‘É um curso bem prático, com muito laboratório. Precisamos preparar o aluno para o mercado de trabalho que ele vai encontrar, tanto no Brasil como no exterior’, disse Martucci Júnior.

O bacharel também pode conceber e desenvolver projetos e pesquisas tecnológicas ligadas à produção têxtil, atuando na criação de fios e de tecidos, nos processos de tingimento e na definição de cores. Pode ainda participar do planejamento da produção e também cuidar da manutenção dos equipamentos industriais.

Na opinião de Martucci Júnior, profissionais de nível superior estão em falta no mercado. ‘Pelo que tenho visto, as empresas têm treinado seus próprios profissionais. Pretendemos formar um profissional estruturado, que tenha um embasamento teórico e possa atuar com propriedade e desenvolver, inclusive, pesquisas na área, que é muito importante no Brasil. As pesquisas são muito acanhadas no país.’

Martucci Júnior explica a diferença entre o aluno que procura moda e o que quer tecnologia têxtil. Segundo ele, existe um pessoal mais ‘tecnológico’ e outro mais voltado ao design. ‘Tecnologia têxtil é ideal para o primeiro grupo. Já o segundo deveria escolher moda. Isso não significa que o aluno de tecnologia têxtil não vá ver design, que está no ciclo obrigatório e em algumas disciplinas optativas’, disse.

Quanto ao mercado de trabalho, Martucci Júnior diz acreditar que há muitas vagas disponíveis. ‘Hoje em dia existem mais oportunidades do que alunos. A demanda está bastante interessante. A receptividade do mercado está sendo muito boa. É preciso lembrar que a área têxtil não se resume a roupas. Ela é muito vasta.’