CPTM vai isolar 3,4 mil metros de trilhos

Jornal da Tarde - São Paulo - Quinta-feira, 12 de agosto de 2004

qui, 12/08/2004 - 9h29 | Do Portal do Governo

A medida tem como objetivo evitar roubos, invasões de plataformas e acidentes, como o que matou uma mulher e seu bebê na Favela Tiquatira

A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos CPTM lançou um projeto para fechar, com muros e barras de ferro, cerca de 3.400 metros de seu leito ferroviário nas Linhas A (Brás-Francisco Morato) e B (Júlio Prestes-Itapevi). Com a medida, a CPTM pretende coibir roubos, invasões de plataforma e dificultar o acesso de pedestres aos trilhos. No mês passado, uma composição que percorria a Linha F (Brás-Calmon Vianna) atropelou e matou uma mulher e seu bebê, na Favela Tiquatira, Zona Leste.

Os moradores da região reivindicam a construção de uma passarela no local. Para chegar à Avenida Gabriela Mistral, muitos são obrigados a utilizar um buraco feito no muro que cerca os trilhos. Depois do acidente, a passagem clandestina ficou conhecida como ‘passagem da morte’.

Em três trechos, a companhia vai utilizar pedaços de trilhos que não podem mais ser usados na circulação de trens. ‘Quando estes materiais atingem um desgaste de 25%, eles têm de ser substituídos. Em vez de vender como sucata, decidimos reaproveitá-los’, explicou Evaldo Ferreira, gerente de Manutenção da CPTM. Segundo ele, este sistema já foi adotado com sucesso nas proximidades da Estação Imperatriz Leopoldina, na Zona Oeste da Capital.

Por meio de uma parceria com a Fundação Estadual Professor Dr. Manoel Pedro Pimentel (Funap), o trabalho às margens dos trilhos está sendo feito por 69 trabalhadores do sistema prisional, que cumprem pena em regime semi-aberto. Eles são supervisionados por dois encarregados, um supervisor e funcionários do Departamento de Manutenção da companhia. ‘Além de o serviço ser mais barato, estamos muito satisfeitos com o resultado’, comentou Ferreira. Sem a necessidade de contratar uma empresa para gerenciar a obra, a CPTM estima que esteja economizando mais de R$ 1 milhão.

Em sete estações da Linha B, o isolamento dos trilhos vem sendo feito por meio de um sistema conhecido como envelopamento (os vãos entre uma viga e outra são preenchidos com concreto). Atualmente, os trabalhos estão concentrados na Estação Itapevi. As próximas estações serão Jardim Silveira, General Miguel Costa, Domingos de Moraes, Osasco e Jardim Belval. A terceira ação do programa também será realizada em Itapevi, na Grande São Paulo.

Em um determinado trecho da via, infratores costumam colocar pedra no equipamento que controla a mudança de via, o que pode provocar graves acidentes.