CPTM unificará trecho de linhas

O Estado de São Paulo - Sexta-feira, dia 21 de julho de 2006

sex, 21/07/2006 - 10h48 | Do Portal do Governo

Mudança vai abrir área de 125 mil m2, onde podem surgir prédios e equipamentos de lazer

Rodrigo Cerqueira Cesar

A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM)vai unir até 2012 as Linhas A (Brás-Francisco Morato) e B (Júlio Prestes – Itapevi), no trecho entre as Estações Lapa e Barra Funda. Hoje, elas são paralelas e distanciam-se em determinados pontos, deixando ociosa uma área de 125 mil metros quadrados. Área que poderá abrigar prédios comerciais e residenciais, além de equipamentos de lazer, esporte e cultura, trazendo grandes modificações à região.

A proposta faz parte do plano de modernização da rede da empresa e, uma vez concretizada, vai permitir a revitalização do entorno, inclusive no aspecto viário. “O estudo está pronto desde 2001 e foi apresentado em 2004 ao Ministério das Cidades, mas segue dependente de recursos, já que tem um custo estimado de R$ 200 milhões”, diz o gerente de Projetos de Transporte da CPTM, Silvestre Eduardo Rocha Ribeiro.

O trecho entre as Estações Lapa e Barra Funda tem 4 quilômetros de extensão, num traçado de linhas planejado quando São Paulo era uma cidade muito diferente, segundo Ribeiro. “Já a distância existente entre elas é resultado da história. Uma era da Fepasa e a outra da CBTU. E a cidade não era adensada como é hoje”, explica Ribeiro. “Uma vez iniciadas as obras, será possível concluir a ligação das linhas em três anos.”

O projeto também inclui alteração nas estações. É na da Água Branca – atualmente utilizada somente pela Linha A – que estão previstas mudanças de maior impacto urbanístico. “Serão construídas novas plataformas, escadas rolantes e elevadores, além de um mezanino”, conta Ribeiro.

As Estações Lapa das Linhas A e B serão unificadas. Atualmente, o passageiro que precisa mudar de linha tem de percorrer o trecho de 500 metros que separa uma da outra. “Ele faz isso e paga outra passagem ou segue até a Barra Funda, desperdiçando tempo.”

A travessia de pedestres, inclusive de pessoas com mobilidade reduzida, ficará garantida por meio de passarelas e rampas amplas de acesso ao mezanino da estação, que substituirão a atual passagem subterrânea. O projeto vai beneficiar bastante quem se desloca entre a parte noroeste da Grande São Paulo e a zona oeste da cidade.

REVITALIZAÇÃO

O gerente da CPTM afirma que o projeto atende ainda às concepções traçadas pela administração municipal dentro da Operação Urbana Água Branca. “São propostas independentes, mas que buscaram a sintonia”, afirma Ribeiro. “Tudo trará benefícios aos negócios da região e isso é uma vantagem para conseguir ajuda da iniciativa privada.”

Com a possibilidade de aquisição de Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepac) pela iniciativa privada, prevista no mecanismo da Operação Urbana, a área entre as linhas poderá mais facilmente receber empreendimentos comerciais e residenciais, além de tratamento paisagístico e espaços de lazer, como praças de esporte. “Hoje, parte dela é da CPTM, mas também há espaços na mão de terceiros”, explica Ribeiro.

Com a idéia da empresa de aproximar fisicamente as duas das linhas, abre-se também a possibilidade de a Prefeitura interligar importantes vias atualmente seccionadas, como a Rua do Curtume, Avenida Santa Marina e a Rua Ribeiro da Silva.

“A Barra Funda mudou muito o perfil de seus empreendimentos de uns anos para cá”, justifica o gerente da CPTM. “E é preciso encontrar alternativas diferentes de intervenção nesse espaço.”