As reformas começarão pelas estações que lideram o ranking de roubos e furtos. Algumas instalações mudarão de lugar e o sistema de câmeras de vídeo registrará todo o movimento
CARINA FLOSI
As bilheterias das estações de trem da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos CPTM que ocupam os primeiros lugares no ranking de roubos e furtos passarão por um remanejamento das instalações até o final deste ano.
Neste mês, as duas bilheterias de alvenaria da Estação Engenheiro Manoel Feio, na Linha F (Brás-Calmon Viana) – uma das que registram mais ocorrências – começaram a ser modificadas. Os guichês voltados para a rua estão sendo transferidos para o setor interno do prédio. A obra está sendo realizada com o apoio de parte dos 1.500 homens do Projeto Frente de Trabalho.
Para comprar o bilhete, o usuário terá de percorrer um estreito corredor. As novas e pequenas cabines terão duas gavetas de chapa com fechaduras, balcão de ardósia e um vidro com uma película escura de insulfilm. Segundo o gerente de operações das estações da CPTM, Laércio Machado, a estratégia de segurança vai dificultar a circulação de ladrões na bilheteria.
Além disso, haverá o remanejamento da sala de renda, que ficará mais próxima às novas bilheterias. Essa medida permitirá o depósito imediato dos valores arrecadados nos cofres e o abastecimento das bilheterias com as passagens, sem necessidade de saída da área operacional. Com a criação dos novos guichês, os antigos serão demolidos e a área transformada num saguão, protegendo os usuários em dias de chuva.
O plano inclui também a instalação de câmeras que registrarão toda a movimentação do local durante o funcionamento da estação. Na Estação Engenheiro Manoel Feio, nove equipamentos serão instalados. O projeto inclui ainda a Estação Ribeirão Pires, na Linha D (Luz-Rio Grande da Serra).
Recolha de dinheiro aumentou 300%
Outra iniciativa que visa a reduzir em até 90% o número de ocorrências nas bilheterias é o aumento das recolhas de dinheiro. Em 2001, o dinheiro que entrava nas bilheterias era recolhido 20 vezes por dia. De lá para cá, a equipe de segurança avançou nas retiradas dos valores. Agora, o fluxo de saída de dinheiro nas bilheterias de todas as estações aumentou para 80 vezes por dia. ‘Os funcionários da segurança retiram o dinheiro dos caixas e repõem os bilhetes na mesma proporção. Isso reduz drasticamente os roubos e furtos. O ladrão sabe que não vale a pena correr o risco por pouco dinheiro’, explica o gerente.
O pico de assaltos nas estações foi de 24, em 2001. Com o remanejamento das bilheterias, instalação de câmeras e recolha em maior escala, a CPTM prevê registrar apenas quatro roubos por mês.
