CPTM: ‘Big Brother’ para inibir crimes nos trens

Jornal da Tarde - Sexta-feira, 30 de julho de 2004

sex, 30/07/2004 - 9h29 | Do Portal do Governo

RITA MAGALHÃES

A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos CPTM está entrando na era ‘Big Brother’ para aumentar a segurança dos usuários. Microcâmeras estão sendo instaladas dentro dos trens para coibir roubos, furtos e uso de drogas, além de espantar ambulantes e evangélicos barulhentos.
Por enquanto, as imagens são gravadas dentro da cabine do maquinista. Um agente foi destacado para assisti-las em tempo real. Em caso de crime como furto ou roubo, o funcionário acessa via rádio os seguranças da próxima estação e passa as características e número do vagão onde a ação se passa. ‘Quando o trem parar, o acusado será detido e levado até a delegacia mais próxima. O mesmo valerá para usuários de drogas e vândalos’, afirmou o coronel Leopoldo Augusto Corrêa Filho, gerente de segurança da CPTM.

Além de coibir crimes, Corrêa Filho afirma que as câmeras vão ajudar no controle dos ambulantes e de pregadores evangélicos. ‘Recebemos uma centena de reclamações por dia de usuários que não agüentam os evangélicos gritando nos trens. Nesse sentido, as imagens nos ajudarão a identificar e retirar esse passageiro.’

As microcâmeras, totalmente imperceptíveis pelos usuários, estão sendo testadas há 30 dias em algumas composições das linhas Júlio Prestes-Amador Bueno B, Luz-Rio Grande da Serra D e Brás-Calmon Viana F. Segundo o gerente, as imagens geradas são nítidas e de ótima qualidade.

‘Nesse período captamos vários flagrantes de vandalismo. Três pessoas foram identificadas arrancando janelas dos vagões para vender como alumínio. No próximo flagrante, serão levadas à delegacia’, disse o gerente de segurança.

O governo não vai desembolsar nenhum centavo pelo teste do novo sistema de segurança. ‘Recebemos os equipamentos para testar gratuitamente a eficácia do sistema. O governo só deverá fazer investimento quando for instalar o equipamento em todas as linhas’, informou Corrêa Filho.

A vendedora Renata Guimarães, 22 anos, usuária da linha F, elogia a iniciativa. ‘Acho ótima a idéia de expulsar ambulantes e evangélicos do trem. É insuportável viajar com alguém berrando no ouvido.’