Corredor Metropolitano custará R$ 80 milhões

Correio Popular - Campinas - 7/8/2003

qui, 07/08/2003 - 10h25 | Do Portal do Governo

Rose Guglielminetti e Zezé de Lima


Correio Popular – Campinas – 7 de agosto de 2003

O Governo do Estado anunciou ontem que irá investir R$ 80 milhões para realizar obras nos 37 quilômetros que interligam as cidades de Campinas, Hortolândia, Sumaré, Nova Odessa e Americana e formam o Corredor Metropolitano Noroeste. Apenas em terminais – um total de cinco, um para cada município – serão utilizados cerca de R$ 17 milhões.

O Corredor Metropolitano será destinado ao transporte coletivo rodoviário intermunicipal e utilizará a faixa de alta tensão da malha ferroviária administrada pela Ferroban. A obra deve beneficiar 1,7 milhão de passageiros por mês com a redução do tempo de trajeto. Outro benefício será devolver à malha urbana a capacidade viária de 3,5 mil veículos/hora por sentido, dentre eles 140 ônibus metropolitanos que hoje, como os carros de passageiros, se utilizam em sua maioria das rodovias pedagiadas – Via Anhangüera e Rodovia dos Bandeirantes.

O desafogamento das rodovias refletirá na economia para os usuários dos dois sistemas. Além disso, haverá a “oxigenação” da economia local, segundo definição de Joaquim Lopes, presidente Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), responsável pela implantação do projeto. Embora o início das obras ainda dependa de financiamento em captação junto ao governo federal e ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a previsão é que o corredor seja entregue até o final de 2004.

O presidente da EMTU, esteve ontem com o prefeito de Americana Erich Hetzl Júnior (PDT) para assinar um convênio de cooperação com o governo municipal. Lopes conseguiu as áreas necessárias para a implantação do projeto, dentre elas, uma destinada ao terminal de passageiros. O presidente da EMTU disse que durante os próximos dias estará visitando os demais prefeitos para apresentar o projeto e efetuar as parcerias com os municípios.

Hoje, técnicos da EMTU estarão reunidos com o secretário municipal de Transportes de Campinas, Marcos Pimentel Bicalho com a mesma finalidade. O traçado para Campinas é o da Avenida Lix da Cunha, conhecida como Suleste, que receberá obras em 10 quilômetros de sua extensão. O local do terminal será definido junto com Bicalho.

“Fiquei bastante surpreendido com a primeira reunião e a receptividade do prefeito (de Americana) em relação à implantação do corredor, que é um projeto prioritário para a nossa Pasta (Secretaria de Estado de Transportes Metropolitanos)”, garantiu Lopes. Ainda de acordo com ele, o corredor terá características parecidas com a da Avenida das Amoreiras, com uma faixa exclusiva de ônibus à esquerda e duas para carros à direita.

Obra é embrião de sistema viário

O Corredor Metropolitano Noroeste é o primeiro passo da implantação do Sistema de Interesse Viário Metropolitano (Sivim), que a Secretaria de Estado de Transportes Metropolitanos desenvolveu para a Região Metropolitana de Campinas (RMC). No total o projeto aponta 1,1 mil quilômetros de vias urbanas compartilhadas pelos 19 municípios, que devem ser transformados em vias metropolitanas, com um corredor exclusivo para ônibus e duas pistas para outros veículos.

O Sivim foi elaborado com a participação de técnicos de transportes de todas as 19 prefeituras e os respectivos secretários de planejamento. Ainda não foi orçado o custo estimado de todo o projeto. Segundo o titular da Pasta de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, o objetivo do Sivim, é livrar as rodovias da RMC do tráfego metropolitano.

“Essa ‘conversa’ entre os municípios não deve ser feita pelas rodovias. Ela tem que aproveitar os traçados existentes. Por isso, daremos às pessoas a opção de interagirem mais através da malha viária urbana”, declarou Fernandes no mês passado, ao anunciar as visitas que começariam a ser feitas aos prefeitos da RMC para o estabelecimento de parcerias.