Coral Jovem de SP chega aos 30 anos e abre festas natalinas

O Estado de S. Paulo

ter, 08/12/2009 - 8h10 | Do Portal do Governo

Único grupo semiprofissional do governo estadual, com 48 bolsistas, comemora aniversário

Único grupo semiprofissional bancado pelo governo de São Paulo, o Coral Jovem Paulistano do Estado comemora hoje 30 anos, com 48 integrantes. A data é festejada com um concerto especial, que abre a temporada de corais natalinos da Secretaria de Estado da Cultura. São apresentações gratuitas, divididas em três endereços: dois na capital – Casa das Rosas e Museu da Casa Brasileira – e um em Santos – no Museu do Café.

Durante este mês, outras formações musicais financiadas por instituições privadas também se apresentam. É o caso, por exemplo, do Allegro Coral e Orquestra, que tem ao menos quatro concertos marcados na Avenida Paulista com convidados especiais e que dará direito a show de fogos em uma delas. Na frente dos bancos da principal avenida da capital, grupos menores ainda animam as decorações natalinas no horário de almoço e no fim da tarde.

Apesar de os inúmeros grupos, muitos desconhecidos, pipocarem nas ruas durante esta época do ano, a cidade tem apenas três corais profissionais, o da Osesp, o Lírico e o Paulistano do Teatro Municipal, que fazem audições de seleção esporádicas e concorridíssimas. “São mais de 400 candidatos por vaga em cada audição”, diz Osvaldo Hernan, do Coral Jovem, que no ano passado conquistou a vaga de suplente do Coral Lírico Paulistano, que tem salários de R$ 6 mil.

“As provas são muito difíceis. Acontecem em três etapas. O cantor precisa ter muita segurança e técnica para passar”, explica Hernan. “Nos últimos três anos, 14 integrantes do Coral Jovem conseguiram entrar na Osesp e no Coral Paulistano do Teatro Municipal”, diz o músico Roberto Guimarães, autor do livro Coral Jovem do Estado – 30 anos, que será lançado e distribuído hoje durante o concerto.

Além de ganharem bolsa de cerca de R$ 400, os 48 cantores do grupo se apresentam nas melhores salas de concerto da cidade. “Funciona como uma espécie de estágio”, diz Hernan. “Você ganha segurança e experiência.” O período máximo de permanência é de 3 anos e, nesse tempo, há avaliações anuais. “Quem não passa cai fora. É preciso estudar sempre.”

História

Do Coral Jovem já saíram músicos renomados. Na primeira turma, de 1979, por exemplo, estava Abel Rocha, hoje diretor artístico da Banda Sinfônica do Estado. Outro nome conhecido é o de Luiz Malheiro, diretor do Festival Amazonas de Ópera, o mais importante do gênero no País. “O regente Celso Antunes, radicado na Europa, também saiu de lá”, lembra Guimarães. Outro integrante do coral que ganhou popularidade foi Vânia Bastos, que, depois de muitas experimentações com Arrigo Barnabé, formou-se no cenário da música brasileira.

“Desde que a nova regente Naomi Munakata assumiu, em 2005, o coral mudou um pouco sua organização”, diz Guimarães. “Passou a ter uma preocupação maior em relação à formação.” Antes, o grupo fazia cerca de 50 apresentações por ano. O número caiu para 20, com o objetivo de aumentar o tempo livre de estudo dos bolsistas. “São sete horas e meia de ensaios por semana à noite. E todos trabalham durante o dia”, diz Naomi.

O Coral Jovem se apresenta hoje, às 20 horas, na Igreja São Luis Gonzaga, na Avenida Paulista, 2.378, região central de São Paulo. Terá obras de Händel, Charpentier e Vivaldi, e solistas convidadas, como Heloísa Junqueira e Tábita Iwamoto.