Convênio agiliza obras no Parque Ecológico

Correio Popular - Campinas - Terça-feira, 18 de maio de 2004

ter, 18/05/2004 - 9h28 | Do Portal do Governo

Lanchonetes, sanitários e áreas de lazer receberão as primeiras intervenções; recuperação total deve ser concluída em sete meses

Zezé de Lima, da Agência Anhangüera

As obras de revitalização do Parque Ecológico Monsenhor Emílio José Salim têm início na próxima segunda-feira com a recuperação das lanchonetes, sanitários e toda a área de lazer, além das instalações elétricas. O início das obras foi anunciado ontem, durante a cerimônia de assinatura do convênio de gestão conjunta pelo Estado e Município, nas presenças do governador Geraldo Alckmin (PSDB) e da prefeita Izalene Tiene (PT). A expectativa do secretário de Estado do Meio Ambiente – Pasta à qual está ligada o parque –, José Goldemberg, é que o Ecológico seja devolvido à cidade, inteiramente restaurado, em sete meses.

Deputados, secretários de Estado e municipais, representantes de conselhos municipais e o promotor público José Roberto Carvalho Albejante presenciaram no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, a assinatura do convênio, ensaiada nos últimos três anos, para garantir a devolução à população da maior área verde de Campinas, com 285 hectares, cerca de um milhão de metros quadrados.

Os parceiros da revitalização, que, segundo o governo servirá de modelo para os outros 102 parques do Estado, também estavam presentes: o diretor de Comunicação Institucional da Petrobras, Wilson Santarosa; o vice-presidente da Shell do Brasil, Paulo Almeida Lopes, e o diretor de Comunicação da Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), Augusto Rodrigues.

As três empresas entrarão com patrocínio – em dinheiro e obras – que soma R$ 4.786.000,00 milhões. Do total, R$ 586 mil foram doados pela Shell e R$ 2 milhões pela Petrobras – outros R$ 1,8 milhão virão da estatal em três parcelas anuais para a manutenção. A CPFL ficou encarregada de executar obras de iluminação e modernização das instalações elétricas, a um custo estimado de R$ 1,2 milhão, segundo a assessoria de imprensa da Secretaria.

Os recursos da Shell já vêem sendo utilizados na reforma do viveiro de mudas, onde funcionará uma escola profissionalizante de cultivo e também de educação ambiental, e serão aplicados ainda nas obras da tulha, recém-aprovadas. A expectativa da diretora do parque, Carmem Elias, é que nos próximos 15 dias a tulha comece a ser descupinizada. O local abrigará um auditório. “Já está tudo licitado”, informou Carmem. Os recursos da Shell também financiarão a implantação da programação visual e divulgação da programação.

Os R$ 2 milhões doados pela Petrobras serão geridos pela organização não-governamental Associação Campus Avançado Unipaz, que fará repasses à Secretaria de Estado de Meio Ambiente para a execução das obras. Os sanitários, as lanchonetes e as áreas de lazer estão entre os primeiros itens a serem recuperados, com as obras previstas para terem início na próxima segunda-feira.

A restauração do casarão histórico, que também será feita com verba da estatal, ficará para a segunda etapa, segundo Garcia, e custará juntamente com a complementação do projeto paisagístico concebido por Burle Marx, R$ 1,1 milhão.

Secretário quer GM na segurança

O secretário de Meio Ambiente, José Goldemberg, cobrou on-tem da prefeita Izalene Tiene a presença da Guarda Municipal para garantir o fim das depredações no Parque Ecológico enquanto não vier o reforço das equipes de segurança que, de acordo com o convênio, caberá ao Estado. Pelo acordo, o Estado é o coordenador geral, no entanto, a gestão será compartilhada com o Município.

Uma comissão técnica com representantes das duas instâncias de governo decidirá sobre projetos e elaborará o regulamento. O Conselho de Administração terá nove membros, com representantes também do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comdema), do Conselho de Defesa do Patrimônio Artístico e Cultural de Campinas (Condepacc) e entidades que atuam no local.

Pelo acordo, o Município é responsável pela manutenção da área. O convênio estabelece ainda recursos para administração, segurança, manutenção e conservação. A Prefeitura arcará com R$ 1,1 milhão e o Estado, com R$ 837 mil. (ZL/AAN)

Pauta inclui Circuito das Frutas

Antes da assinatura do convênio do Parque Ecológico, a prefeita Izalene Tiene (PT) levou ontem ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) uma pauta com cinco itens de reivindicação. Os assuntos tratados foram a inclusão de Campinas no Consórcio Intermunicipal Circuito das Frutas; melhorias na Estrada dos Amarais, e as construções na cidade de uma nova unidade da Fundação para o Bem-Estar do Menor (Febem) do Centro Integrado de Cidadania (CIC) e de mais uma galeria para a transferência do Fórum de Campinas para a Cidade Judiciária, além da passarela de pedestres necessária no local.

Segundo o governador, todos os assuntos serão encaminhados. “Alguns já tratei agora, por telefone”, disse Alckmin. Um deles é a inclusão da cidade no programa Circuito das Frutas. “Pedi ao prefeito Miguel Haddad (prefeito tucano de Jundiaí, presidente do Consórcio), que convoque uma nova reunião com os sete municípios integrantes do programa e peça a eles que aceitem o apelo do governador para que Campinas seja incluída.”

As melhorias da Estrada dos Amarais, segundo o governador, também estão a caminho. De acordo com ele, o projeto já está pronto e uma posição será cobrada do secretário de Estado dos Transportes Dario Raiz Lopes para que a parceria com o Município e a União seja finalizada para início das obras.

Febem

A nova unidade da Febem em Campinas foi condicionada pela prefeita à adoção de um novo modelo pedagógico que, segundo o governador, pode ser o que começa a funcionar na próxima segunda-feira, na unidade a ser inaugurada em São José dos Campos. A gestão da unidade estará a cargo da Unipaz. “É a primeira do Estado, que pode ser levada para Campinas”, propôs o governador.

Alckmin também assegurou que até julho serão iniciadas as obras do CIC, que reunirá em um único local no Jardim Ouro Verde serviços prestados pelo Município, Estado, Justiça e Ministério Público. “A Cidade Judiciária eu vou me inteirar do que está acontecendo. O secretário (secretário da Justiça, Alexandre de Moraes) não está aqui, mas vou falar com ele e ver o que é necessário”, respondeu. (ZL/AAN)

Vizinhos se queixam do abandono

“É como procurar uma agulha no palheiro”, lamentava na tarde de ontem o carroceiro Murilo Mendes Filho. Ele se referia a uma de suas éguas, provavelmente perdida no Parque Ecológico. Mendes Filho mora próximo ao local. “Fica muito difícil procurar com o matagal que tomou conta da área toda. Esse lugar precisa de uma limpeza geral”, disse.

Na opinião do carroceiro, “já está mais do que na hora” das obras de revitalização começarem. Eliana França Leme e Rosana Lichy concordam. Elas são, respectivamente, voluntária e coordenadora do Projeto Quero Quero, instalado na área e que atende crianças da favela do Paranapanema e do Jardim São Fernando, que ficam nas imediações. “Depois de uma bela reforma, as crianças e os moradores das proximidades poderiam aproveitar muito mais a área de lazer”, avaliou Rosana.

As duas queixaram-se também da falta de segurança, agravada pela falta de iluminação. “Moro aqui perto e, como muitas das minhas vizinhas, não tenho coragem de vir caminhar aqui”, disse Eliana. (Daniela do Canto/AAN) dcanto@rac.com.br