Contrato da Osesp sai em julho

O Estado de S.Paulo - Quarta-feira, 29 de Junho de 2005

qua, 29/06/2005 - 14h31 | Do Portal do Governo

Documento define regras para a recém-criada fundação

João Luiz Sampaio

O contrato de gestão que vai reger a existência da Fundação Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, criada na semana passada, deve ficar pronto em julho. Segundo o maestro John Neschling, isso vai permitir que a fundação ‘trabalhe a todo vapor já a partir de agosto’.

O contrato de gestão é o coração da transformação de um bem público como a Osesp em uma fundação ou organização social. De caráter privado no seu funcionamento, a instituição não perde seu caráter público nos seus resultados ou na dotação orçamentária que continua a receber do Estado. As regras que mantêm esse equilíbrio público/privado são estipuladas no contrato de gestão. Daí, diz o maestro, o cuidado com que precisa ser negociado.

A transformação em uma fundação é um sonho antigo da direção da orquestra e saiu do papel na semana passada, quando foi apresentado o conselho, presidido pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que vai gerir o grupo.

Em conversa com a imprensa, o maestro Neschling aproveitou para anunciar outras novidades. E a boa nova principal vem dos estúdios. A Osesp assinou recentemente um contrato com a gravadora Biscoito Fino que, há alguns meses, havia criado o selo Biscoito Clássico, editando discos dedicados à obra para piano de Claudio Santoro e à produção pianística brasileira.

Agora, criou-se o selo Biscoito Osesp. Em agosto, sai o primeiro pacote, com as sinfonias 1, 2, 4, 8 e 9 de Beethoven. Em seguida, serão gravadas todas as seis sinfonias de Tchaikovsky. Dá-se, assim, ao público a oportunidade de ter em casa registros dos pilares do repertório orquestral por um conjunto brasileiro.

O contrato com a Biscoito Fino, porém, não exclui o anterior, firmado com o selo sueco BIS. Amanhã, começa a ser vendido o disco com as Bachianas 2, 3 e 4, gravado sob a regência do então diretor artístico adjunto Roberto Minczuk. E, em julho, a Osesp volta a gravar. Serão dois discos. O primeiro com toda a obra do espanhol Joaquin Rodrigo para orquestra e flauta. O outro, bastante aguardado, tem os dois concertos para piano de Liszt com Arnaldo Cohen como solista. Em breve, também será gravado um disco com os Choros 5 e 11, de Villa-Lobos, com a pianista Cristina Ortiz.

Neschling também anunciou a abertura das inscrições para o 2º Concurso Internacional de Regência da Osesp, que tem o objetivo de escolher um regente assistente para trabalhar com o grupo. Na primeira edição, sul-americana, no início do ano, não foi escolhido nenhum candidato. Agora, podem participar jovens regentes de todo o mundo. Mais informações no site www.osesp.art.br.