Consultas mais rápidas

Jornal da Tarde - Quinta-feira, dia 27 de julho de 2006

qui, 27/07/2006 - 11h13 | Do Portal do Governo

CAMILA ANAUATE, camila.anauate@grupoestado.com.br

Um ano depois da mudança no sistema de agendamento de consultas no Hospital das Clínicas (HC), o maior complexo hospitalar da América Latina, a espera por consultas com especialistas caiu de três meses para 30 dias, e o número de atendimentos dobrou. O resultado foi positivo porque a nova prática eliminou consultas desnecessárias,ou seja, casos de doenças simples que travavam o atendimento médico de nível terciário no hospital.

No dia 1º de agosto do ano passado, o Instituto Central do Hospital das Clínicas passou a atender apenas aos casos mais graves, encaminhados por um dos 13 ambulatórios de especialidades do Estado. Os ambulatórios, por sua vez, ficaram com os casos de média complexidade, e as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do município atendem aos simples – como gripe.

Segundo levantamento realizado pela Secretaria de Estado da Saúde a pedido do Jornal da Tarde, durante um ano o telefone de atendimento do hospital, antes utilizado apenas para o agendamento de especialidades no próprio HC, marcou 68 mil novas consultas nos ambulatórios estaduais. A média, de 258 consultas por dia, representa 50% a mais do que as 172 que o hospital agendava diariamente.

No mesmo período, os ambulatórios encaminharam para atendimento terciário no Hospital das Clínicas 13.200 pacientes.

O diretor estadual de saúde da Secretaria de Estado da Saúde, Ricardo Tardelli, explica que se o sistema não tivesse mudado, o HC teria atendido nesse período 34 mil pacientes. “A mudança reduziu a pressão no hospital e otimizou o uso dos ambulatórios”, disse ele.

Os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) também foram beneficiados com a redução do tempo de espera para as consultas. Hoje, quem agendar um atendimento no ambulatório de especialidade espera até 30 dias. No ambulatório do HC, a espera era de três meses.

“É a racionalização do sistema, que desafoga o HC e dá a ele maior agilidade”, afirma Tardelli.

Depois do Instituto Central, o Instituto de Ortopedia do HC também adotou o mesmo sistema de marcação de consultas. A mudança ocorreu no início deste mês. O próximo passo será implantar a prática no Instituto do Coração (InCor).

“Os outros institutos também devem entrar nessa lógica para obter os mesmos resultados otimizados”, afirma Tardelli.