Construir mais, gastar menos

Jornal da Tarde - Artigo - Quarta-feira, 27 de outubro de 2004

qua, 27/10/2004 - 9h58 | Do Portal do Governo

A responsabilidade e a seriedade no trato do dinheiro público dão resultados. É cumprir a obrigação do administrador público de construir mais e gastar menos

Luiz Carlos David

A campanha eleitoral chega ao fim. No próximo dia 31, domingo, todos nós paulistanos depositaremos o nosso voto no candidato que julgarmos melhor para São Paulo.

A população, mais sábia que os sociólogos e os analistas políticos, talvez porque é ferida na sua parte mais sensível, que é o bolso, reflete, no voto, sua procura por um administrador competente, que economize, dê eficiência ao gasto público, não aumente impostos e, sim, reduza a carga tributária, como fez e faz o governo do Estado.

Quem governa cuida de gente. Gente que paga impostos com grande sacrifício e não quer saber de desperdício com obras caras e de resultado pífio.

Como funcionário do Metrô, hoje presidente, posso afirmar que foi nos últimos nove anos que a empresa tomou novos rumos e caminhou, de forma positiva, para melhorar a vida dos paulistanos.

Para aqueles que têm memória curta, vale lembrar que, em 1995, o Estado de São Paulo estava quebrado, falido. A tarefa do governador Mário Covas, naquele momento, era colocar São Paulo de pé, porque ele sabia que sem responsabilidade fiscal não haveria responsabilidade social.

Em 1994, o Metrô, como empresa pública, refletia a administração estadual. Obras paralisadas em diversos pontos da cidade e socorro constante ao Tesouro do Estado para cobrir déficit de caixa.

A partir de 1995, o Metrô seguiu em nova rota. A determinação do governo do Estado foi firme e responsável. O Metrô tem que operar e se manter com o dinheiro que arrecada das bilheterias. Novas obras, só quando terminar as que estão em andamento. Covas sabia que obra parada era a obra mais cara para a população, porque tinha consumido o dinheiro público e não servia para nada. O resultado foi positivo e mostrou que o governo do Estado tomou o rumo da responsabilidade.

Desde a sua fundação, em 1968, o Metrô investiu cerca de R$ 35 bilhões (valores corrigidos pelo IGP da FGV, a preços de dezembro de 2003) para construir 65,7 quilômetros de linhas metroferroviárias, estações, terminais urbanos e até na reurbanização de avenidas e praças da cidade.

Do total de R$ 35 bilhões, a Prefeitura investiu 32,9% e construiu 25,4%, ou seja 16,7 quilômetros. Esgotada a capacidade de investimento da Prefeitura, o Metrô passou para a administração estadual.

O governo Paulo Maluf foi responsável por 10,7% dos recursos do Metrô, que resultou na ampliação de 11% da rede. Franco Montoro contribui com 10,2% das verbas e inaugurou 6,7 % das linhas, 4,4 quilômetros, mas deixou para seu sucessor o caminho bem pavimentado até Itaquera.

Orestes Quércia participou com 21,2% dos investimentos e ampliou a rede em 20,2%, inaugurando 13,3 quilômetros. Fleury contribuiu com 8,0% dos investimentos e expandiu o Metrô em 2,7%, inaugurando 1,8 quilômetro.

Os governos Covas e Alckmin, nos últimos nove anos, foram responsáveis por 17% dos investimentos do Metrô, que resultaram na ampliação de 34% da rede, ou seja 22,3 quilômetros de linhas e 14 estações.

Esse quadro mostra com clareza que a responsabilidade e a seriedade no trato do dinheiro público dão resultados. É cumprir a obrigação do administrador público de construir mais e gastar menos.

Luiz Carlos Frayze David é engenheiro, formado pelo Mackenzie, foi superintendente do Departamento de Estradas de Rodagem DER, secretário dos Transportes do Estado de São Paulo e é presidente da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô)