Conheça o nosso idioma

Jornal da Tarde - Domingo, dia 24 de dezembro de 2006

dom, 24/12/2006 - 12h00 | Do Portal do Governo

Jornal da Tarde

MARIA REHDER, maria.rehder@grupoestado.com.br

O JT, em parceria com a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo (SEE), por meio da Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas (Cenp) e da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), apresenta hoje uma viagem de descobrimento do idioma nacional por meio de uma visita ao Museu da Língua Portuguesa.

A atividade foi sugerida a partir da experiência obtida no projeto Estação Luz da Nossa Língua – um programa de formação continuada de educadores da rede estadual de ensino nas áreas de Língua Portuguesa/Literatura, Arte, História e Geografia, da Secretaria da Educação, por meio da Cenp, da Secretaria de Estado da Cultura e da Fundação Roberto Marinho.

OBJETIVO

As dicas de atividades aqui sugeridas podem ser desenvolvidas por professores ou até mesmo pelos familiares dos alunos de Ensino Fundamental em seus passeios de férias, tornando-os divertidos e enriquecedores por meio da visita ao museu.

INTRODUÇÃO

A língua por ser um importante instrumento da representação da cultura de um povo precisa ser vivenciada de forma lúdica e criativa e é exatamente o que os espaços existentes no Museu da Língua Portuguesa proporcionam aos seus visitantes.

Por isso, ao visitar o museu, é preciso prestar muita atenção em determinados detalhes das atrações ali existentes, com o objetivo de fazer um bom uso delas, buscando novos conhecimentos sem descartar os já adquiridos.

DESENVOLVIMENTO

A primeira sugestão é que os visitantes prossigam até a parte central do 2º pavimento do Museu da Língua Portuguesa, pois lá encontrarão 8 totens multimídia, em formato triangular, espaço este denominado Palavras Cruzadas que é dedicado às línguas que formaram e influenciaram o português falado no Brasil.

O educador, seja este um professor ou familiar, deverá selecionar de seu vocabulário 5 palavras e anotá-las em um papel, identificando sua origem e significado.

Diante dos totens – 2 dedicados às línguas africanas, 2 às indígenas, 1 para o espanhol, 1 para o inglês e francês, 1 para as línguas dos imigrantes e outro para o português no mundo -, o visitante deverá ver o que corresponde à opção quanto à origem dos vocábulos escolhidos anteriormente por ele para se certificar sobre a veracidade de seu conhecimento ou os possíveis equívocos existentes. Depois em classe ou em casa, se quiserem, os visitantes poderão fazer um levantamento das palavras que mais os surpreenderam.

CONHECENDO O BRASIL

Ainda neste mesmo pavilhão há o Mapa dos Falares, tela interativa na qual o visitante vai navegar pelo mapa do Brasil, selecionar um Estado e inclusive ouvir o jeito de falar dessa região.

Aqui a dica é primeiramente escolher um(a) colega para compartilhar a atividade, decidir quem irá escolher o Estado e ouvir por meio de um fone de ouvido a maneira como pronunciam determinadas palavras e o quanto elas variam de uma região para outra.

Posteriormente, o indivíduo deverá perguntar ao parceiro(a) como se diz o nome de um determinado objeto ou alimento no Estado que ele acabou de escolher e como o pronunciaria com o sotaque de lá.

Depois o colega deverá utilizar o fone de ouvido para verificar se o conhecimento adquirido é verdadeiro ou não. Neste processo, quem era indagador passa a ser indagado e vice-versa.

MOMENTO LÚDICO

Os visitantes não podem deixar de visitar o Beco das Palavras: Jogo de Etimologia, um dos espaços mais lúdicos do Museu da Língua Portuguesa, onde crianças e adultos se divertem movimentando imagens com pedaços de palavras.

Os educandos em duplas deverão tentar juntar os “pedaços” até formar a palavra desejada e neste momento, automaticamente, a mesa virará uma tela de projeção futurista com filmes e animações sobre a origem e o significado da palavra formada. Ao concluírem esta etapa, os visitantes devem lançar um desafio a uma outra dupla participante do passeio por meio das seguintes perguntas:

1) Vocês sabem responder se esta palavra possui radical, prefixo ou sufixo?2) Qual o significado deles na formação deste vocábulo?

É neste momento que, se os companheiros (alunos do Ensino Fundamental) não conseguirem fornecer tais informações, os educandos têm importante papel de trocar com eles a experiência já vivida por meio da explicação sobre a presença de radical, prefixo, sufixo e o valor que cada um possui dentro deste contexto. O intuito desta etapa da visita é que os visitantes passem a descobrir dados sobre palavras que acreditavam conhecer muito bem. Importante: o objetivo desta atividade não é destacar quem acertou mais ou errou menos.

Após os questionamentos, uma dupla deverá pedir para os demais companheiros brincarem com o prefixo, o sufixo ou o radical existente na palavra anteriormente formada por eles, apresentando novos vocábulos e, principalmente, propiciando a descoberta do quanto isso o auxilia na apropriação dos significados das palavras (enriquecimento vocabular).

PAPEL DO EDUCADOR

O papel do educador, seja ele um professor ou familiar de aluno do Ensino Fundamental, é propiciar as condições necessárias para que os educandos se apropriem da formação do idioma e a sua importante função dentro da comunicação.

BIBLIOGRAFIA

POSSENTI, Sírio (1998). Por Que (Não) Ensinar Gramática na Escola. São Paulo: Mercado de Letras.

BAKHTIN, Mikhail. 1992. Os Gêneros do Discurso. Em: Estética da Criação Verbal. Trad. Pereira, M. Ermantina G.G. São Paulo: Martins Fontes.

Equipe responsável: SEE/CENP – Arlete Carvalheiro Paula Lima, Eva Margareth Dantas, Evaldo Xavier da Cunha, Ione da Silva Jovino, Patrícia Velasco Gabaldo (autora da sugestão de aula/passeio), Regina Aparecida Resek Santiago, Rozeli Frasca Bueno Alves e Valéria de Souza; Fundação Roberto Marinho (FRM) – Andréa Ramal, Joaquim Gonçalves, Nara Nonato, Nelson Santonieri; Assessorias de Imprensa da SEE e FDE.