Compromisso com a saúde

ValeParaibano - Quinta-feira, 18 de agosto de 2005

qui, 18/08/2005 - 11h13 | Do Portal do Governo

Clelia Aranda

O homem vive, em qualquer parte do planeta, em busca de melhor qualidade de vida. Independentemente dos anseios de cada nação, o fato é que boa parte dos obstáculos surgidos no dia-a-dia pode ser evitada com uma dose de bom senso e outra de prevenção. Principalmente se o assunto for saúde.

Recentes acontecimentos noticiados pela imprensa revelaram que um só descuido na área da saúde pode comprometer um trabalho realizado durante décadas. Neste ano, dois irmãos da capital paulista contraíram sarampo, doença que não aparecia no Estado desde 2000. Eles não tinham tomado a vacina, disponível gratuitamente na rede pública, por uma opção da própria família.

Felizmente, não houve maiores complicações. Os dois irmãos passam bem e o risco de um possível surto foi afastado graças à alta cobertura vacinal da população contra o sarampo e às ações de investigação e bloqueio promovidas imediatamente pelas vigilâncias epidemiológicas após a notificação dos casos.

O sarampo ainda faz parte da realidade de muitos países da Europa, Ásia e África. Um morador de Santa Catarina, infectado na Ásia, trouxe a doença para o Brasil neste ano, contaminando outras pessoas que estavam no mesmo vôo, incluindo um dos irmãos paulistas. Daí a importância da vacinação, especialmente entre as crianças.

Da mesma forma, a paralisia infantil ou poliomielite, embora erradicada do país desde 1989, ainda está presente na África e na Ásia. O vírus causador da pólio, que circula por esses países, pode desembarcar por aqui se uma pessoa infectada vier ao Brasil. Para evitar uma possível contaminação existe uma maneira eficiente: a vacina Sabin.

Por isso, no próximo dia 20 de agosto, sábado, todas as crianças menores de cinco anos de idade devem ser levadas a um posto de saúde, para receber gratuitamente as duas gotas da vacina contra a paralisia infantil. A meta da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo é imunizar 3,1 milhões de crianças nesta segunda fase da campanha contra a pólio, o que representa 95% das 3,3 milhões de pessoas nessa faixa etária no Estado. No Vale do Paraíba e litoral norte a expectativa é vacinar 171 mil crianças menores de cinco anos.

Cerca de 13,8 mil postos de vacinação fixos e volantes, 37 mil profissionais e mais de 4,5 milhões de doses de vacinas contra poliomielite estarão à disposição da população nos 645 municípios paulistas, das 8h às 17h do sábado. Mais uma vez, a dupla Zé e Maria Gotinha está percorrendo o Estado para divulgar a vacinação entre as crianças.

A exemplo do que ocorreu durante a primeira fase da campanha, em 11 de junho, as crianças terão oportunidade de receber, além da vacina contra a poliomielite, doses de vacinas que estejam em atraso na caderneta, como Tetravalente (contra difteria, tétano, coqueluche e Infecção pelo Hemófilo b), Tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola) e contra hepatite B.

Mesmo as crianças que receberam a vacina contra a pólio em junho, na primeira etapa da campanha, devem ser levadas novamente aos postos de saúde no próximo dia 20. A vacinação em massa é fundamental para imunizar não apenas as crianças, mas o próprio ambiente, contra o vírus da paralisia infantil, protegendo, assim, os cidadãos de todas as faixas etárias.

Doença viral aguda, a poliomielite é caracterizada por febre, mal-estar, cefaléia e, em certos casos, paralisia. Qualquer caso supeito da doença deve ser imediatamente notificado para a vigilância epidemiológica da região. A vacina contra a paralisia infantil é segura e os efeitos colaterais são extremamente raros, não havendo, portanto, qualquer motivo para não vacinar as crianças.

Se, em matéria de saúde, a prevenção é sempre o melhor remédio, os paulistas têm um compromisso inadiável para com seus filhos no próximo dia 20: levá-los ao posto de saúde mais próximo, para vacinar contra a poliomielite e atualizar as demais vacinas da caderneta. Serão poucos minutos de dedicação, que certamente irão garantir uma vida mais saudável às nossas crianças.

Clelia Aranda é médica pediatra da Divisão de Imunização da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo