Comércio no Metrô deve criar 2.200 empregos

Jornal Agora - Domingo, 8 de agosto de 2004

seg, 09/08/2004 - 9h53 | Do Portal do Governo

Companhia abre uma licitação para criar mais lojas em estações. Além disso, shoppings investem mais no local e ainda devem criar mais vagas

Tatiana Schnoor)

O Metrô vai ganhar cara de shopping e gerar cerca de 2.220 empregos. Em 45 dias, a companhia vai publicar um edital para licitar novos conjuntos comerciais para as estações. A proposta é diversificar os produtos à venda.

O Metrô quer transformar o espaço ocioso em shoppings com praça de alimentação e até salão de beleza. ‘O tipo de comércio vai ficar a cargo do lojista. Vamos estudar o projeto. A idéia é que haja bastante variedade’, disse Rangel Dinamarco, gerente da empresa.

Atualmente, há 4.300 metros quadrados de espaço ocupado, o equivalente a 141 lojas. A intenção é ampliar para até 10.500 metros, ou seja, mais 250 novos pontos.

A parceria do Metrô com o comércio é uma estratégia de marketing que alavanca as vendas até de grandes investidores. O Shopping Santa Cruz, por exemplo, vai abrir mais 70 lojas até o fim do ano que vem e gerar 1.700 empregos diretos e indiretos.

Cerca de 40% dessas pessoas que freqüentam o local todos os dias são usuários do transporte. O Shopping Metrô Tatuapé vai construir um novo complexo comercial. A segunda parte do shopping vai comportar 180 novas lojas e gerar cerca de 2.000 empregos diretos e indiretos.

Empresário estão de olho nos usuários das estações

De olho nos 1,7 milhão de usuários que o Metrô transporta todos os dias, os shoppings apostam no transporte como fonte de vendas. O projeto de expansão do Shopping Metrô Tatuapé vai atrair pelos menos mais 80 mil consumidores por dia. A estudante Mariana Caparroz, 18 anos, diz que se sente mais segura no Metrô. ‘Minha mãe não fica preocupada. Venho sempre com as amigas’, disse.

O diretor da empresa de shoppings JHSF, Felipe Horta, do Shopping Santa Cruz, afirma que o termômetro das vendas é o Metrô. Cerca de 40% dos consumidores vêm do Metrô. ‘Quando há greve dos transportes, as vendas caem’, disse.

Os arredores da saída do Metrô também são disputados. O consumidor de passagem é o alvo dos camelôs. O vendedor de acarajé, Jackson Bispo, 38, conseguiu em menos de um ano comprar outra barraca. ‘Daqui não saio porque sempre tem gente’, disse.

Pequeno investidor também quer entrar no negócio

De micro a médio investidor, o Metrô se tornou para os lojistas ponto certo de venda e prosperidade. O comerciante Pedro Nogueira, 44 anos, tem uma loja de calçados na estação Barra Funda. Ele paga R$ 5.500 de aluguel por mês. Apesar do preço, o lojista não reclama. ‘Não tem como não vender’, disse. Por isso, já pensa em garantir o segundo ponto. ‘Em pouco tempo vai virar uma rede de lojas.’ A dona da loja de calcinhas Fernanda Ghiraldini, 18 anos, pensa em abrir o terceiro ponto. ‘A falta de tempo ajuda nas vendas. Nós estamos no caminho’, disse.