Fábio Fleury
O secretário estadual dos Transportes, Dario Rais Lopes, disse ontem que o governo vai investir este ano cerca de R$ 300 milhões na primeira parte do trecho sul do Rodoanel, entre Mauá e a Rodovia dos Imigrantes, em São Bernardo do Campo. Segundo ele, a obra deve ser licitada entre junho e julho. No total, essa parte vai consumir R$ 750 milhões em três anos. Para construir o restante do trecho sul, de 53,7 quilômetros, o Estado cobra a participação do governo federal. O custo total é estimado em R$ 1,2 bilhão.
Segundo Lopes, para 2005 a bancada paulista na Câmara dos Deputados aprovou, por unanimidade, emenda destinando R$ 142 milhões para o Rodoanel. Mas o valor caiu depois para R$ 31 milhões. ‘Só para gerenciar a obra já destinamos R$ 57 milhões, mais R$ 32 milhões para áreas de projeto e licenciamento’, disse. ‘Não estamos contando mais com verbas federais. Preciso pensar em concluir o que for possível com o dinheiro do Estado.’
Ele apresentou o plano, ontem, aos prefeitos do Consórcio Intermunicipal do ABC, que cobravam uma posição sobre a obra, considerada de extrema importância para a região. ‘ Temos de mostrar que o Rodoanel não é um projeto interessante só para a região ou São Paulo, mas para o País inteiro.’ O secretário lembrou que o principal objetivo do trecho sul é interligar rodovias que vêm de outros Estados ao Porto de Santos.
A obra será totalmente construída com dinheiro público, garantiu. Para Lopes, as Parcerias Público-Privadas (PPPs) estão afastadas, pois acarretariam cobrança de pedágio, o que não faz parte dos planos do governo. A idéia de uma parceria com a Ecovias para fazer uma ligação entre a Imigrantes e a Via Anchieta chegou a ser cogitada, mas foi descartada.
Para tentar a liberação de recursos da União, o prefeito de São Bernardo e presidente do consórcio, William Dib (PSB), vai para Brasília amanhã com representantes da Fiesp e do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga de São Paulo. Eles têm audiência com o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento. ‘É um projeto importantíssimo para reduzir os custos das empresas e aumentar a produção’, explicou Dib.
