Começa força-tarefa antienchente

Diário do Grande ABC - Santo André - Terça-feira, 16 de novembro de 2004

ter, 16/11/2004 - 9h01 | Do Portal do Governo

Corpo de Bombeiros e Defesa Civil, com ajuda do IPT, se preparam para o período das chuvas

Rodrigo Cipriano
Da Redação

Para enfrentar as temidas chuvas de verão, que costumam começar no mês de dezembro, Corpo de Bombeiros e os setores de Defesa Civil dos municípios formaram uma verdadeira força-tarefa. Não tão diferente dos outros anos, é verdade, até porque as chuvas trazem consigo o mesmo pacote de problemas que varia um pouco de acordo com a intensidade e o local atingido. São desde alagamentos menores até deslizamentos de terra com conseqüências mais sérias. E os números da operação são dignos de uma guerra. Em todo Grande ABC, são mais de 150 pessoas, além de uma considerável legião de voluntários, todos prontos para entrar em ação frente a qualquer calamidade.

‘É, sem sombra de dúvida, o período do ano em que mais trabalhamos’, garante o coronel Marco Antonio Archângelo, coordenador regional da Defesa Civil. Na tentativa de minimizar os problemas de sempre – embora o panorama seja um pouco mais animador nos últimos anos, por conta das obras dos piscinões, conforme noticiou o Diário em reportagens anteriores desta série -, os bombeiros aproveitaram os últimos dias dste mês para concluir o mapeamento de todas as áreas do Grande ABC que oferecem riscos de alagamento e deslizamentos.

Com base nesse estudo, a corporação estabelecerá os pontos mais críticos das sete cidades da região, sejam eles em razão da potencialidade de registrar problemas ou em função da distância entre os locais de risco em relação às bases do Corpo de Bombeiros. Diante de qualquer ameaça de chuva, as equipes da corporação entrarão em ação, tomando lugar em postos alternativos, longe das bases e próximos aos pontos que serão pré-definidos como mais suscetíveis aos danos causados pelas chuvas.

Esse esquema entra em vigor a partir de 15 de dezembro e se estende até 31 de março, com possibilidade de prorrogação até 20 de abril. Durante todo o período, as viaturas dos bombeiros são equipadas com barcos, cordas e coletes salva-vidas. Enquanto isso, 18 bombeiros passam por treinamento específico. São diversas as técnicas que a equipe deve dominar, como salvamento de uma suposta vítima que esteja ilhada em um ponto cercado por correnteza.

‘Essa é a principal operação que organizamos durante todo o ano’, afirmou o tenente Marcelo Cicereli, responsável pelos preparativos relacionados às chuvas de verão em todo o ABC, no Corpo de Bombeiros. E esse trabalho também é levado a sério pelas Defesas Civis da região. Cada uma das divisões municipais trabalha de forma isolada, apenas na cidade onde atua. Mas em caso de emergência, as equipes se auxiliam mutuamente.

Dependendo de cada ocorrência, caracterizadas pela Defesa Civil por níveis de alerta que variam entre um simples ‘estado de observação’ (quando há chuvas moderadas, sem risco aparente) e o ‘alerta máximo’ (configurado pelo registro de deslizamentos de terra ou chuvas de longa duração), também entram em cena outros agentes, como o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas). O grupo do instituto auxilia os profissionais no monitoramento das áreas afetadas, delimitando, por exemplo, o perímetro que deverá ser isolado.

Estudo – Desde o mês passado, o IPT elabora um levantamento detalhado, semelhante ao que hoje está sendo preparado pelo Corpo de Bombeiros, das áreas da região onde existe risco de alagamento e deslizamento. O estudo foi encomendado pela Defesa Civil Estadual e também deverá apontar soluções a curto e a médio prazo para cada um dos pontos afetados.