Com a computação gráfica, uma seleção de bandidos muito reais

Jornal da Tarde - 23/02/2003

dom, 23/02/2003 - 13h29 | Do Portal do Governo

Papel e lápis são coisa do passado. Hoje, os retratos falados feitos pelo Setor de Arte Forense, unidade ligada à Delegacia Geral da Polícia Civil, trabalha com programas de edição de imagens (um software americano) e um banco de dados com dez mil características físicas de brasileiros.

Além de toda essa sofisticação, o especialista em computação gráfica Sidney Barbosa criou o retrato falado tridimensional. Depois que a vítima de um estupro, por exemplo, consegue descrever o agressor, a fisionomia do suspeito vai surgindo na tela do computador, de acordo com as imagens selecionadas no banco de dados, como tipos de olhos, boca ou corte do cabelo.

A imagem também surge em três dimensões, com animação: os olhos abrem e fecham, as feições mudam, conforme a perspectiva. “Posso até colocar voz”, diz Barbosa. “O objetivo é o de levar a vítima até o local do crime e gerar uma realidade virtual.”

A perfeição obtida tem sido tanta que algumas vítimas têm de ser socorridas ali mesmo, com desmaios ou crises de hipertensão. Segundo Barbosa, de cada cem retratos, 50 criminosos são identificados e, desses, 20 vão presos.

Há poucos dias, com a ajuda da vítima, conseguiu uma vitória: um estuprador que já atacou nove mulheres em Itapecerica da Serra desafiou a vítima a procurar a polícia e tentar fazer seu retrato. O desafio foi vencido e, hoje, o rosto do criminoso está lá, em 3D, na tela do monitor.