Colégio atende filhos de catadores de papel

Gazeta Mercantil - São Paulo, 4 de agosto de 2008

seg, 04/08/2008 - 9h34 | Do Portal do Governo

Gazeta Mercantil

Quando adotou a escola Orestes Guimarães, no ano passado, a incorporadora Tecnisa encontrou uma instituição com problemas de infra-estrutura – o muro que estava caindo, a falta de espaço de recreação para as crianças do ensino fundamental, a inexistência de uma máquina copiadora – e o desafio de ajudá-la a melhorar o desempenho. “É uma parceria construída em conjunto pela empresa, pela escola, pelos alunos e pelos pais de alunos”, afirma a diretora de recursos humanos da Tecnisa, Denise Bueno.

Com 1.536 alunos, dos ensinos fundamental, médio e especial, a escola, localizada no bairro do Canindé, Zona Norte da capital paulista, teve nota 3,5 no Índice de Desempenho da Educação Básica (Ideb). “Verificamos que algumas séries estão com desempenho menor, puxando o índice para baixo”, explica. “A nossa expectativa é de que em 2008, com o nosso apoio, a escola melhore o desempenho.”

Entretanto, além do índice, a empresa acompanha mensalmente o desempenho da escola pública por meio de relatórios e, semestralmente, Denise se reúne com o corpo docente para verificar novas necessidades e traçar estratégias.

Desde que adotou a escola, a Tecnisa investiu R$ 62 mil na instituição. “Escolhemos essa escola por conta da sua história: são crianças de famílias de imigrantes bolivianos e chilenos catadores de papel.”

A participação da empresa no programa complementa outras atividades que a Tecnisa já desenvolve desde 2002 no segmento da educação. Atualmente, a companhia desenvolve três projetos educacionais. “O governo sozinho não consegue qualificar as pessoas no nível que o mercado exige hoje. É aí que entra a iniciativa privada”, diz Denise.

O Ler e Construir, dedicado à alfabetização adulta, oferece a trabalhadores em salas instaladas nos próprios canteiros de obras aulas após o expediente, três vezes por semana.

O programa beneficia atualmente cerca de 150 colaboradores e foi desenvolvido em parceria com a Universidade Estadual Paulista (Unesp). Atualmente, conta também com o apoio didático oferecido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).

Por meio do Alfabetização Digital, a incorporadora pretende iniciar os operários no mundo digital. Vinte e oito funcionários da empresa atuam voluntariamente como professores nas aulas, que são ministradas todos os sábados, durante duas horas.

Já com o programa Profissionais do Futuro, a Tecnisa tenta solucionar o problema de mão-de-obra especializada e melhorar o processo de contratação. A empresa capacita os operários e os prepara para novas oportunidades de ascensão profissional. Dentro do programa, são promovidos cursos de alvenaria, elétrica, hidráulica e de colocação de revestimentos.