Chuvas: Áreas de risco ganham sistema de controle

Folha de S. Paulo - 25/1/2003

sáb, 25/01/2003 - 11h14 | Do Portal do Governo

Programa do Instituto de Pesquisas Tecnológicas está sendo implantado para alertar defesas civis e prefeituras de SP

O IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo) iniciou a implantação de um sistema informatizado para prevenir e alertar as defesas civis e prefeituras do Estado sobre as chances de desmoronamentos em áreas consideradas de risco.

O acompanhamento dos pontos sujeitos a desmoronamentos em regiões como Vale do Paraíba, litoral paulista e Vale do Ribeira já é realizado pelo instituto. A Defesa Civil de cada cidade vistoria os locais de risco e, no caso da necessidade de retirar as famílias, técnicos do IPT realizam um mapeamento das áreas.

Com o Nurg (Núcleo de Monitoramento de Riscos Geológicos), o instituto, as defesas civis e as administrações municipais vão ter acesso a um mapa com o número de áreas de risco e de famílias que moram nesses locais por cidade.

A idéia é conseguir visualizar cada ponto, com nome e número de moradores em cada casa, além da situação geológica da área. O monitoramento deverá acontecer em tempo real, por um programa de rastreamento que ainda não foi definido pelo IPT, mas que deve funcionar por satélite ou rádio.

Os técnicos acompanharão as movimentações de terra e poderão avisar com antecedência os municípios, para que providenciem a retirada dos moradores.

O sistema está sendo instalado a partir do banco de dados do instituto e deve funcionar como um portal na internet, a exemplo do que já ocorre com as informações sobre clima, queimadas e tempo, entre outras divulgadas pelo Cptec (Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos).

A partir da conclusão do programa, qualquer pessoa poderá ter acesso aos dados gerais. As informações mais específicas vão ficar restritas, por meio de senhas, aos técnicos do IPT.

O instituto vem desenvolvendo o programa do Nurg há quatro anos, mas só conseguiu começar a implantá-lo a partir de parcerias com o Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica) e a empresa Metron. No entanto, o sistema não deve ser concluído até o final desta temporada de chuvas, segundo o geólogo do IPT Eduardo Soares de Macedo.

As informações, por enquanto, são cadastradas no programa e estão acessíveis somente aos órgãos de combate aos riscos de deslizamentos. O acesso ao público deve estar disponível até o final deste semestre. ‘Cada cidade poderá se planejar e programar investimentos para as áreas mais críticas’, disse Macedo.

Keila Ribeiro, da Folha Vale