Chips podem ampliar automação hospitalar

Brasil Econômico

qui, 04/11/2010 - 8h19 | Do Portal do Governo

Escola Politécnica da USP desenvolve sistema de prontuário digital para Hospital das Clínicas de São Paulo e Hospital Universitário da Universidade de São Paulo.

A automação hospitalar que já está bem desenvolvida em hospitais da rede particular começa a chegar à rede pública.

Membros profissionais do IEEE, a maior organização técnica profissional do mundo, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e de instituições parceiras como a Universidad del Valle, na Colômbia, estão desenvolvendo um tipo de cartão de acesso a informações médicas dos pacientes que dispensará o arquivo dos exames médicos que têm de ser guardados pelos pacientes.

O sistema funciona de forma análoga ao uso de um cartão num caixa de banco, só que no lugar de informações bancárias, o sistema fornece rapidamente informações remotas do paciente em questão. Com o cartão, o médico não mais terá de se preocupar com o histórico do paciente muitas vezes difícil de se analisar, por causa da perda de documentos e exames anteriores.

“Hoje, o que acontece é que os pacientes não guardam todos os exames e o médico, por precaução, acaba tendo de pedir que os exames sejam refeitos”, explica Paulo Miyagi, membro sênior do IEEE e professor fundador do Departamento de Engenharia Mecatrônica da Escola Politécnica da USP.

A ferramenta prevê o uso de um cartão por parte do paciente, que permite o acesso ao banco de dados do hospital, em que se encontra o histórico médico do paciente. Além de tornar mais ágil e preciso o diagnóstico, o sistema também agiliza o atendimento, em casos de emergência, por exemplo.

O sistema começou a ser desenvolvido em 2006 e ainda passa por aprimoramentos nos laboratórios de mecatrônica da USP. “Já testamos o sistema no Hospital Universitário da USP, com alguns alunos fingindo que são pacientes e outros fingindo que são médicos. Para testar no dia a dia, ainda precisamos de autorizações, seria como fazer experimentos com seres humanos”, diz.

Entre as melhorias, o sistema necessita reforçar a proteção contra falsificação ou perda dos cartões. Outro problema está na formação de um banco de dados integrado entre os hospitais.

Primeiro, porque os médicos nem sempre concordam com as interpretações dos resultados de exames feitos por outros profissionais; além disso, não existe nenhuma padronização estabelecida entre os bancos de dados existentes e que permita uma fácil conexão entre os sistemas.

No Brasil, hospitais privados já utilizam tecnologias parecidas com a identificação eletrônica.

O Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, utiliza, por exemplo, etiquetas que ajudam na identificação de pacientes no hospital. Além disso, desenvolveu um aplicativo para os médicos que deve ser usado por telefone celular.

“Como temos um corpo clínico independente, precisamos convencer os médicos a adotar as tecnologias novas”, diz Sérgio Arai, diretor de TI do Einstein.